"Abril vai ser mês dramático. Vamos chegar a 5 mil mortes diárias"
O diretor do Instituto Butantan indicou, este domingo, que se espera um mês "dramático" para o Brasil, numa altura em que "a velocidade de transmissão ainda é muito alta". Dimas Covas criticou, ainda, a gestão de Jair Bolsonaro e a sua postura em relação às medidas de restrição, acusando-o de fazer "darwinismo social".
© NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images
Mundo Brasil
O diretor do maior fabricante de vacinas do Brasil, Dimas Covas, fez este domingo uma previsão trágica dos "próximos 15 dias" no país, indicando que se deverá atingir o marco das 5 mil mortes diárias.
"Estamos num momento em que a velocidade de transmissão ainda é muito alta. Abril vai ser o mês dramático para o Brasil. Os próximos 15 dias serão muito dramáticos", indicou o responsável pela organização científica, numa entrevista ao jornal Valor Económico.
O especialista médico acrescentou, ainda, que o indicador de mortes diárias deverá continuar a subir. "Veja, há uns 20 dias, parece que ninguém imaginava que iríamos chegar à casa dos 3 mil mortos por dia. Os especialistas apontavam que estávamos caminhando para isso, mas a opinião geral da população não era essa. E então cruzamos a casa dos 2 mil, já passamos da casa dos 3 mil, estamos indo para os 4 mil e vamos chegar a 5 mil mortes por dia", afirmou.
Dimas Covas lamentou a inconsistência de medidas entre os municípios e os estados brasileiros, criticando também a atuação do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. "O presidente acha que ficar em casa é coisa de maricas. Mas quando ele sai e leva seus seguidores para o meio da praça, ele está fazendo o jogo do vírus. Ele está fazendo darwinismo social. Expõe as pessoas ao vírus: os resistentes sobrevivem e os outros morrem", afirmou.
Recorde-se que o Brasil contabiliza um número total acumulado de casos de 12.984.956 e um total de óbitos de 331.433 desde o início da pandemia.
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