"Não às leis que discriminam as mulheres", "contra o obscurantismo que visa as mulheres e as raparigas", lia-se nos cartazes empunhados por manifestantes no centro da capital do Sudão, noticia a agência France-Presse.
"Apelamos ao Governo (...) para ter a coragem de prosseguir a civilização do Estado", disse a Coligação das Organizações Feministas, que organizou o protesto, num documento dirigido ao primeiro-ministro e ao ministro da Justiça.
No documento, a organização salienta a necessidade de revogar leis discriminatórias e adotar "cartas e tratados internacionais sobre igualdade de género em todas as emendas e reformas legislativas e políticas".
O país, tradicionalmente conservador, é liderado desde agosto de 2019 por um governo de transição, com um primeiro-ministro civil e um Conselho Soberano composto por civis e militares.
O conselho é responsável por liderar uma transição para um regime totalmente civil até 2022.
Centenas de pessoas começaram a manifestar-se em dezembro de 2018 por todo o país, depois da decisão do Governo do então Presidente Omar al-Bashir em aumentar o preço de alguns bens, como o pão, cujo preço, na ocasião, triplicou, durante uma forte crise económica.
O movimento viria a culminar com o afastamento de Al-Bashir pelos militares, em 11 de abril de 2019, depois de 30 anos à frente do país.
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