"Até final de abril, prevemos fechar todos os descarregadores", disse o administrador de Sistemas Hidrológicos e Infraestruturas da HCB, Nelson Trindade, em entrevista à emissora pública Rádio Moçambique.
Nelson Trindade afirmou que o volume de água que entra na barragem a partir de rios a montante dos países vizinhos baixou, permitindo à HCB encaixar quantidades dentro da sua capacidade de armazenamento.
"Neste momento, nós estamos num período de decréscimo das afluências de água, depois de termos atingido um pico de oito mil metros cúbicos por segundo de encaixe, um encaixe extremamente grande", enfatizou.
Nelson Trindade assinalou que a água que a HCB libertou para as áreas ribeiras do Zambeze não foi a única causa das inundações registadas na presente época chuvosa na zona, observando que se registaram cheias nos vários cursos que atravessam a região.
"Apesar de um grande volume de afluência a montante, podemos considerar que a HCB fez descargas de forma criteriosa, o nível de afluência não era suficiente para criar grande inundações a jusante", observou.
A subida de volume de água escoada para a HCB não afetou a produção de energia elétrica pela empresa, que projeta aumentar a geração de energia para 15.766 gigawatts este ano face aos 14 mil gigawatts alcançados em 2020.
Moçambique está na fase final da época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre os meses de outubro e abril, com tempestades oriundas do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
Um total de 96 pessoas morreram devido aos ciclones e outros desastres naturais em Moçambique na atual época chuvosa, de acordo com dados do Governo.
As intempéries afetaram 676.314 pessoas e causou 150 feridos e 96 óbitos.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois dos maiores ciclones (Idai e Kenneth) de sempre a atingir o país.