A pandemia de Covid-19 está numa "fase crítica", à medida que o número de casos aumenta de forma "exponencial", anunciou a Organização Mundial da Saúde esta segunda-feira.
Na conferência de imprensa desta tarde, o diretor-geral da OMS referiu que, em janeiro e fevereiro deste ano, assistimos a seis semanas consecutivas de descida no número de novos casos em todo o mundo.
Contudo, a tendência inverteu-se e o número de novos casos e mortes associadas à Covid-19 tem vindo a aumentar nas últimas semanas, sobretudo na Ásia e no Médio Oriente.
"Isto apesar de já terem sido administradas mais de 780 milhões de doses da vacina em todo o mundo", sublinhou Tedros Adhanom Ghebreyesus na videoconferência de imprensa regular sobre a evolução da pandemia, transmitida da sede da OMS, em Genebra (Suíça).
"Não se enganem, as vacinas são uma ferramenta vital e poderosa. Mas não são a única ferramenta"
A líder técnica de resposta à Covid-19 na OMS, Maria Van Kerkhove, advertiu também que "a trajetória da pandemia está a crescer exponencialmente", realçando que na semana passada houve um aumento de 90% da transmissão de infeções.
Segundo a epidemiologista norte-americana, as medidas de contenção da pandemia "não são aplicadas consistentemente" pelos países.
O diretor-geral sublinhou, ainda assim, que muitos países mostraram que é possível interromper a transmissão do vírus com medidas de saúde pública.
"Como resultado, muitos desses países conseguiram controlar a Covid-19 e as suas sociedades podem agora desfrutar de eventos desportivos, espetáculos, restaurantes e estar com a família e amigos em segurança", afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A OMS não quer confinamentos sem fim. Nós também queremos a reabertura das sociedades e economias e a retoma das viagens e do comércio. Mas, neste momento, as unidades de cuidados intensivos estão a transbordar em muitos países
O responsável voltou por isso a alertar para o facto de não se tratar de uma gripe: "Pessoas jovens e saudáveis morreram. E ainda não entendemos totalmente as consequências da infeção a longo prazo para aqueles que sobrevivem", revela, notando que muitas pessoas que recuperaram da infeção continuam a ter sintomas como fadiga, tonturas, tremores, insónias, depressão, ansiedade e dores nas articulações durante vários meses.
"Esta pandemia ainda está longe de acabar. Mas temos muitos motivos para estar otimistas", rematou.
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