"É óbvio que as prováveis sanções em questão não vão favorecer tal encontro", considerou Dmitri Peskov o porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin, antes de sublinhar que caberá "aos dois presidentes decidir se isso impedirá ou não" o desenvolvimento da cimeira.
"Condenamos todas as iniciativas de sanções, consideramos que são ilegais", adiantou.
Segundo a imprensa norte-americana, os Estados Unidos vão anunciar mais sanções contra a Rússia, em represália por interferências nas eleições e por um escândalo de pirataria informática, relativo à empresa SolarWinds.
As medidas devem incluir a expulsão de cidadãos russos e afetar cerca de três dezenas de entidades russas, mas também a venda de obrigações do Estado.
Desde janeiro e da chegada à presidência dos Estados Unidos de Joe Biden, as relações entre Moscovo e Washington tem vindo a degradar-se. O embaixador da Rússia nos Estados Unidos foi chamado depois do novo presidente norte-americano ter considerado que o seu homólogo russo era um "assassino".
A Rússia já foi alvo de novas sanções este ano, repreendida por prender o principal opositor russo, Alexei Navalny, e apanhada em flagrante, segundo Washington, em vários ciberataques.
Além disso, Moscovo destacou dezenas de milhares de militares para a fronteira com a Ucrânia, acusando Kiev de preparar uma ofensiva contra os separatistas pró-russos do leste do país.
Até agora a Rússia ignorou todos os apelos ocidentais para reduzir as suas tropas na zona.
Neste contexto, Joe Biden telefonou na terça-feira ao seu homólogo russo para lhe propor uma cimeira num país terceiro. Putin não aceitou a proposta de imediato, mas recebeu o convite com agrado.
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