"Este fundo vai fornecer proteção, oportunidade económica, abrigo, assistência médica fundamental, apoio alimentar de urgência, fornecimento de água potável, saneamento e serviços de higiene fundamentais para quase quatro milhões de refugiados e deslocados internos no Sudão do Sul", refere uma nota do Departamento de Estado norte-americano.
Deste valor, cerca de 53 milhões de dólares (44,3 milhões de euros) serão atribuídos através da agência norte-americana para o Desenvolvimento Internacional e perto de 43 milhões de dólares (35,9 milhões de euros) pelo Departamento de Estado, pretendendo apoiar o país que abriga também comunidades de Uganda, Sudão, Etiópia, Quénia e República Democrática do Congo (RDCongo).
Com este valor, a administração norte-americana eleva para 482 milhões de dólares (402,5 milhões de euros) o total alocado para ajuda humanitária desde o início do ano.
"Inundações, violência política e falta de uma governação eficaz nos últimos anos arruinaram o sustento, provocaram mais deslocados sul-sudaneses e destacaram a insegurança alimentar" no país, algo agravado pela pandemia de covid-19 e pelo conflito no país.
Washington insta os doadores e o Governo sul-sudanês a trabalhar em conjunto com as Nações Unidas e com a comunidade internacional para "apoiar a resposta humanitária" no país.
Apesar de considerar que "a assistência humanitária não vai salvar o país", o Departamento de Estado norte-americano sublinha que "é vital para manter os civis vivos", concluindo que "a vontade política e soluções políticas são a única forma de pôr um fim ao sofrimento do povo sul-sudanês.
O Sudão do Sul, com maioria de população cristã, obteve a sua independência ao separar-se do Norte árabe e muçulmano em 2011. No entanto, a partir do final de 2013, o país entrou num conflito civil, provocado pela rivalidade entre o Presidente, Salva Kiir, e o seu então vice-presidente, Riek Machar, e que resultou na morte de mais de 380 mil pessoas.
As partes formaram um Governo de unidade nacional em 2016, que caiu poucos meses após a formação devido a um reinício da violência, tendo essa sido a primeira tentativa de pacificação do jovem país africano.
Em fevereiro do ano passado, Kiir e Machar oficializaram uma reconciliação, estabelecendo um Governo conjunto no mês seguinte.
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