A filha de Alexei Navalny deixou, na rede social Twitter, um apelo para que o pai possa receber o tratamento clínico de que necessita. "Deixem um médico ver o meu pai", pediu.
Daria Navalnaya, de 20 anos, que estuda na Universidade de Stanford, Califórnia, está naturalmente preocupada com a condição do pai que, segundo os médicos próximos, pode sofrer paragem cardíaca "a qualquer momento".
Aquele que é considerado como o principal crítico do Kremlin, iniciou no passado dia 31 de março uma greve de fome em protesto contra as condições de detenção a que está sujeito, acusando a administração penitenciária de lhe recusar o acesso a um médico e a medicamentos, uma vez que sofre, segundo indicaram os seus advogados, de uma dupla hérnia discal.
Allow a doctor to see my dad.
— Dasha (@Dasha_Navalnaya) April 18, 2021
A médica pessoal do opositor russo de 44 anos, Anastassia Vassilieva, e outros três médicos, incluindo um cardiologista, estão a exigir ter acesso imediato a Navalny, segundo uma carta enviada aos serviços prisionais russos, publicada ontem na conta pessoal de Anastassia Vassilieva na rede social Twitter.
De acordo com a médica, o nível de concentração de potássio no sangue de Navalny atingiu um nível "crítico" de 7,1 mmol /L (milimoles por litro), "o que significa que tanto a função renal está alterada, como graves problemas de ritmo cardíaco podem ocorrer a qualquer momento".
"Um paciente com tal nível de potássio deve ser observado nos cuidados intensivos, porque uma arritmia fatal pode desenvolver-se a qualquer momento. Morte por paragem cardíaca", referiu, por sua vez, o cardiologista Iarolav Achikhmin na rede social Facebook, citado pelas agências internacionais.
Mais de 70 personalidades internacionais, incluindo os atores Jude Law, Vanessa Redgrave e Benedict Cumberbatch, pediram na sexta-feira, num artigo de opinião publicado no jornal francês Le Monde, que sejam fornecidos os cuidados necessários a Navalny.
Na sexta-feira, o Ministério Público russo pediu que as diversas organizações do opositor detido sejam declaradas como "extremistas", e, como tal, proibidas na Rússia.
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