"Na reunião de amanhã [segunda-feira] em Bruxelas, os ministros das Relações Exteriores da UE [União Europeia] discutirão a situação de Navalny", disse Heiko Maas ao jornal alemão Bild.
Este caso também gerou hoje uma reação da Casa Branca, com o conselheiro de Segurança Nacional americano, Jake Sullivan, a referir, em declarações à CNN, que caso Navalny morra, a Rússia enfrentará "consequências".
"Quanto às medidas específicas que tomaríamos, estamos a analisar diferentes cenários. Não revelarei nada publicamente nesta fase, mas haverá consequências se Navalny morrer", disse Jake Sullivan.
Alexei Navalny, considerado como o principal crítico do Kremlin (Presidência russa), iniciou no passado dia 31 de março uma greve de fome em protesto contra as condições de detenção a que está sujeito.
Navalny acusa a administração penitenciária de lhe recusar o acesso a um médico e a medicamentos, uma vez que sofre, segundo indicaram os seus advogados, de uma dupla hérnia discal.
O homem de 44 anos quase não sobreviveu, no ano passado, a uma intoxicação no sistema nervoso, que o deixou em coma. O político acusa o Kremlin e os serviços de segurança russos de serem os responsáveis pelo sucedido, factos que estes negam.
Médicos próximos de Navalny exigiram, no sábado, autorização para o ver imediatamente, temendo que tivesse uma paragem cardíaca fatal "a qualquer minuto".
Mas as autoridades penitenciárias informaram que os exames médicos a que Navalny, que cumpre pena de dois anos e meio, foi submetido no início de abril mostraram que o seu estado de saúde é satisfatório.
Paralelamente, a oposição russa avançou hoje que se realizarão protestos em várias cidades russas no dia 21 de abril em apoio a Alexei Navalny, que está em greve de fome na prisão há 19 dias.
"Tudo tem acontecido de forma muito rápida e desfavorável. Não podemos esperar e adiar mais. Há circunstâncias em que devemos agir rapidamente para evitar que algo irreversível aconteça", anunciaram Ivan Zhdanov e Leonid Volkov, aliados de Navalny, num vídeo publicado na Internet.
Estes protestos ocorrerão depois de, no final de março, a equipa de Navalny ter lançado uma campanha 'online' para reunir 500.000 pessoas dispostas a sair às ruas para exigir a libertação do político.
Mais de 450.000 pessoas já terão aderido à campanha.
A data da convocatória coincide com o dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, deve dirigir-se à Assembleia Federal para realizar o discurso anual sobre o estado da nação.
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