Apesar de o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, ter mencionado que há 150.000 militares russos na fronteira ucraniana, antes de os serviços do Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança ter corrigido o número para 100.000, o porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Jack Kirby, absteve-se de fornecer um número.
O contingente russo na fronteira com a Ucrânia é o maior "desde 2014", altura em que houve uma "violação da soberania e integridade" do território de Kiev, referiu Kirby durante uma conferência de imprensa, citado pela France-Presse (AFP).
"Não vou dar um número específico", acrescentou o porta-voz do Pentágono, reforçando que "é definitivamente" maior do que há sete anos.
Por isso, os Estados Unidos da América (EUA) consideraram que o aumento do contingente russo é "muito preocupante" e pediu ao Kremlin que "esclareça as intenções", já que o incremento de militares nesta região é contrário a uma intenção de "segurança e estabilidade ao longo da fronteira com a Ucrânia" e da "Crimeia ocupada".
"Os russos dizem que são exercícios [militares]. Não está muito claro para nós se esse é o objetivo", referiu.
No domingo, um militar ucraniano foi morto e outro ficou ferido durante um conflito com separatistas, aumentando as tensões com Moscovo.
Kiev receia que o Kremlin, amplamente considerado pela comunidade internacional com o "padrinho" político e militar dos separatistas do leste da Ucrânia, esteja a tentar encontrar um pretexto para invadir o país.
Por seu turno, Moscovo referiu que "não ameaçou ninguém", mas denunciou o que considerou serem "provocações" por parte da Ucrânia.
O conflito nesta região já provocou 13.000 mortes e quase 1.500.000 desalojados desde 2014, na sequência da anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia.
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