O Ministério da Saúde de Damasco indicou "ter recebido o primeiro lote de vacinas disponibilizado pela plataforma Covax, com 203.000 doses", segundo a agência de notícias oficial Sana.
Esta entrega "ajudará o pessoal médico a dar continuidade a serviços vitais, [num país] em que o sistema de saúde está devastado por uma guerra de uma década", assinalam em comunicado conjunto divulgado hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS), Unicef e a Aliança para as Vacinas (GAVI).
Nas últimas semanas, Damasco pressionou a população a respeitar as medidas de prevenção, tendo como pano de fundo um aumento significativo de contágios.
Em meados de março, as Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) mobilizadas para a covid-19 na capital síria atingiram uma taxa de ocupação de 100%, segundo as autoridades sanitárias.
A chegada das vacinas "aumenta a esperança para o povo sírio, cujas vidas foram destruídas por uma década de conflito e os efeitos devastadores da pandemia", afirmou no comunicado a representante da OMS na Síria, Akjemal Magtymobva.
No total, Damasco espera 912.000 doses da vacina da AstraZeneca via Covax para as zonas governamentais e as do nordeste (sob controlo curdo) nas próximas semanas, de acordo com a OMS.
O objetivo declarado é vacinar 20% da população da Síria até ao final do ano.
Na quarta-feira, o reduto de Idleb e os territórios adjacentes, dominados por 'jihadistas' e rebeldes no nordeste da Síria, receberam 53.8000 doses da vacina AstraZeneca, também como parte do programa Covax.
Oficialmente, os territórios controlados pelo Governo registaram mais de 21.500 casos de covid-19, incluindo 1.483 mortes.
Porém, o número de casos pode ser muito maior, segundo as Nações Unidas, principalmente devido ao número limitado de testes.
A iniciativa Covax é a uma parceria público-privada entre a OMS, a Aliança para as Vacinas (GAVI) e a Coligação para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI) com o objetivo de garantir o acesso equitativo a 19 vacinas disponíveis contra o novo coronavírus.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.046.134 mortos no mundo, resultantes de mais de 142,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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