Presidente da Bielorrússia pede à Rússia reforço da defesa

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, pediu hoje ao líder russo, Vladimir Putin, para reforçar a defesa e a segurança comum depois de ambos terem acusado os Estados Unidos de planear um golpe na ex-república soviética.

Notícia

© Getty Images

Lusa
22/04/2021 23:55 ‧ 22/04/2021 por Lusa

Mundo

Rússia

 

"Há questões que estão na ordem do dia e que devemos fortalecer. Incluindo segurança e defesa na nossa união estatal", disse Lukashenko no início da reunião.

Lukashenko, no poder desde 1994, sublinhou que Moscovo e Minsk "vão traçar linhas que ninguém deverá cruzar e responderão com dignidade àqueles que não entendem que neste mundo louco é preciso manter a calma e viver em paz".

Putin garantiu, entretanto, que a cooperação bilateral está a ser aprofundada no plano militar, mas também no campo da segurança e, "como vemos agora, também nos serviços de de informação".

O Kremlin anunciou que ambos os líderes irão discutir hoje os alegados planos de golpe do Ocidente contra o regime autoritário da Bielorrússia, sendo que Putin já tinha avisado o Ocidente sobre as consequências de qualquer provocação que possa contrariar os interesses da Rússia, afirmando que, perante tal cenário, a resposta será "assimétrica, rápida e dura".

O Presidente bielorrusso, que reprimiu os massivos protestos contra a fraude das eleições presidenciais de 2020, denunciou, na semana passada, uma alegada conspiração orquestrada pelos Estados Unidos para o assassinar a si e aos seus filhos.

Segundo informou na quarta-feira à noite o KGB bielorrusso, a Justiça do país apresentou acusações formais contra quatro pessoas já detidas, uma das quais confessou.

No discurso proferido na quarta-feira sobre o estado da nação, Putin criticou o Ocidente por manter silêncio sobre a alegada tentativa de assassinato político, que comparou às conspirações dos Estados Unidos contra o líder venezuelano Nicolás Maduro.

"A prática de organizar golpes, planos de assassinatos políticos (...) já é demais. Foram ultrapassados todos os limites", disse, acrescentando que golpe incluía desligar o sistema de energia e comunicação de Minsk, ação que definiu como um "ciberataque massivo".

A Casa Branca rejeitou a acusação e a embaixadora dos Estados Unidos em Minsk, Julie Fisher, encontrou-se, esta semana, na Lituânia, com a líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tijanóvskaya.

Fisher, que foi aprovada, em dezembro, pelo Senado, como nova embaixadora dos Estados Unidos, ainda não recebeu o visto para exercer funções em Minsk, que expulsou a sua antecessora há 13 anos.

O líder da oposição e ex-ministro da Cultura Pavel Latushko adiantou à agência espanhola de notícias Efe que, antes das eleições de agosto de 2020, as autoridades bielorrussas temiam que a Rússia tentasse livrar-se de Lukashenko, que tem muitos inimigos em Moscovo.

No início de abril, a oposição bielorrussa no exílio propôs a Lukashenko a abertura de negociações para encontrar uma solução para a crise em que o país se encontra.

Entre outras coisas, a oposição propôs reformar o sistema político, realizar novas eleições livres e estabelecer um mecanismo de diálogo para a reconciliação nacional, incluindo através da libertação de presos políticos.

 

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas