O último grande reduto jihadista e rebelde da Síria obteve no final de abril 53.800 doses da vacina AstraZeneca, como parte do programa Covax que visa garantir o acesso equitativo à vacina.
"Hoje lançamos a primeira fase da campanha de vacinação" tendo como prioridade os profissionais de saúde, disse Yasser Najib, chefe do comité técnico da campanha de vacinação, à agência de notícias francesa France Presse.
As primeiras vacinações foram para o hospital pediátrico Ibn Sina em Idleb, bem como para o hospital nacional de Azaz, uma cidade fronteiriça da vizinha Turquia mantida por rebeldes pró-Ancara.
A partir de segunda-feira, de acordo com Yasser Najib, a campanha será alargada a "todas as estruturas de saúde, incluindo campos" para pessoas deslocadas, onde centenas de milhares de pessoas vivem em condições miseráveis.
Mais de 90 equipes médicas treinadas em vacinação vão viajar para a região, segundo a comissão.
Além das equipas médicas, esta primeira fase também se destina a trabalhadores humanitários que operam nesta área devastada pela guerra.
Segundo a Organização Mundial de saúde, os idosos e portadores de doenças crónicas serão beneficiados posteriormente com a vacinação.
"O objetivo (...) é vacinar 20% da população do noroeste da Síria, ou seja, 855 mil pessoas", disse Najib.
O noroeste inclui em particular a fortaleza de Idleb, mantida pelos jihadistas de Hayat Tahrir al-Cham (ex-braço da Al-Qaeda na Síria), mas também territórios insurgentes controlados por rebeldes pró-turcos na província vizinha de Aleppo.
Cerca de quatro milhões de pessoas vivem nessas áreas, de acordo com a ONU. A região registou oficialmente quase 22.000 casos de covid-19, incluindo 641 mortes.
O governo sírio já recebeu 203.000 doses das 912.000 doses da vacina AstraZeneca planeadas para áreas do governo e do Nordeste (sob controle curdo), de acordo com a ONU.
Damasco lançou no final de fevereiro as primeiras vacinas para cerca de 2.500 cuidadores, graças às doses enviadas por "um país amigo".
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