A filial canadiana do grupo de extrema-direita Proud Boys acabou por se dissolver, meses após o país ter declarado a entidade como organização terrorista. Num comunicado, citado pelo Guardian, o grupo recusa ser identificado como terrorista.
"A verdade é que nunca fomos terroristas nem um grupo de supremacia branca. Somos eletricistas, carpinteiros, conselheiros financeiros, mecânicos, etc. Mais do que isso: somos pais, irmãos, tios e filhos", podia ler-se num comunicado divulgado através da página oficial de Telegram do administrador do grupo no Canadá.
Sublinhe-se que, em fevereiro deste ano, o grupo neofascista e 12 outros grupos foram acrescentados à lista negra de organizações terroristas no Canadá. Para o governo do Canadá, os Proud Boys são "uma organização neofascista que pratica violência política" e cujos membros "defendem ideologias misóginas, islamofóbicas, antissemitas, anti-imigrantes e/ou de supremacia branca".
Paralelamente, defenderam que o grupo, fundado em 2016 e com presença no Canadá, Estados Unidos e outros países, "desempenhou um papel central" no ataque ao Capitólio, em Washington, em 6 de janeiro.
O movimento Proud Boys foi fundado por um canadiano residente nos Estados Unidos, Gavin McInnes, que mais tarde se dissociou do mesmo. Autoproclamados "chauvinistas ocidentais", começaram por protestar contra o "politicamente correto" e alegadas "restrições à masculinidade" até se envolverem, nos últimos anos, em combates de rua violentos com ativistas antifascistas e membros do movimento Black Lives Matter.
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