Antigo dissidente da Renamo diz que Mariano Nhongo se vai render em breve

Um antigo membro influente da dissidência da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) acusado de ataques no centro de Moçambique disse hoje que Mariano Nhongo, líder do grupo armado, vai em breve deixar as matas e juntar-se ao processo de paz.

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Lusa
04/05/2021 17:29 ‧ 04/05/2021 por Lusa

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Moçambique

 

"Eu confirmo que em breve o presidente Mariano Nhongo vai se entregar, de modo que haja paz no centro de Moçambique. Há contactos em alto nível sobre a saída da Mariano Nhongo das matas, mas não posso avançar detalhes", declarou André Matsangaíssa Júnior, em declarações à imprensa local.

O antigo membro da dissidência falava durante uma cerimónia que marcava a passagem do terceiro ano após a morte do histórico líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na sua terra natal (Mangunde, na província de Sofala) na segunda-feira.

O grupo liderado por Mariano Nhongo é apontado pelas autoridades como responsável pelos ataques armados que já provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas desde 2019 em estradas e povoações das províncias de Manica e Sofala, centro de Moçambique.

André Matsangaíssa Júnior é sobrinho de André Matade Matsangaíssa, fundador e primeiro comandante da Renamo e que dirigiu a organização quando esta iniciou a guerra civil contra o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), em 1977, até à sua morte em combate, em 1979.

Matsangaíssa Júnior acompanhou Mariano Nhongo na sua primeira aparição anunciando a criação da Junta Militar da Renamo em 2019, ostentando uma AK47 e uniforme da antiga guerrilha do principal partido de oposição em Moçambique.

Mais tarde, em março deste ano, André Matsangaíssa Júnior anunciou a sua saída das matas após um encontro com o chefe de Estado em Maputo, tornando-se, assim, no terceiro rosto da autoproclamada Junta Militar da Renamo que se rendeu, depois de João Machava e Paulo Nguirande.

No mesmo mês, o líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo desdramatizou as deserções de membros influentes do seu grupo, acusando-os de traição, incluindo André Matsangaíssa Júnior.

A autoproclamada Junta Militar da Renamo contesta a liderança do partido e as condições para a desmobilização decorrentes do acordo de paz assinado entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o presidente do principal partido de oposição, em agosto de 2019.

Leia Também: Acesso aberto a Moçambique, mas insegurança impõe limites

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