Filipinas: Presidente mandar deter quem não usar máscara adequadamente

O Presidente filipino, Rodrigo Duterte, ordenou que a polícia detenha as pessoas que não estiverem a usar a máscara adequadamente, num momento em que o país luta para conter um aumento de casos de covid-19.

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Lusa
06/05/2021 14:03 ‧ 06/05/2021 por Lusa

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Covid-19

 

O chefe de Estado lançou esta nova diretriz após uma reunião do seu grupo de trabalho sobre a covid-19, de acordo com um vídeo transmitido pelos seus serviços na noite de quarta-feira e no qual todos estão a usar máscara, exceto Duterte.

Milhares de pessoas foram punidas por não cumprir as regras decretadas para combater a covid-19 desde que as restrições foram reforçadas na capital e províncias vizinhas, no final de março, devido a um aumento nos casos do coronavírus Sars-CoV-2.

O Ministro da Justiça e o responsável pela polícia instaram os agentes da polícia a impor multas ou serviços comunitários aos infratores, ao invés de detê-los, após a morte de um homem que, por violar o recolher obrigatório, foi forçado a executar 100 flexões.

Mas Duterte defendeu que a polícia deve ser dura com as pessoas que usam máscaras incorretamente, incluindo aqueles que as têm debaixo do nariz.

"As minhas ordens para a polícia são de deter as pessoas que não estão a usar as máscaras adequadamente e investigar por que estão a fazer isso", disse o Presidente.

"Não é por mim, não é por nós. É do interesse do país que nenhuma pessoa infete outra ou seja infetado", argumentou.

No ano passado, o chefe de Estado, que é conhecido pelas suas declarações polémicas, às vezes insultuosas, afirmou que as forças de segurança deveriam abrir fogo contra quem criar "desordem" em áreas sob confinamento, o que lhe rendeu duras críticas de organizações de direitos humanos.

O porta-voz presidencial, Harry Roque, confirmou que a polícia recebeu ordem para deter pessoas, dizendo que a custódia policial de 12 horas era possível.

A associação de direitos humanos Karapatan denunciou a diretiva "não científica e ineficaz", bem como um "uso desproporcional de força".

"A sobrelotação dos centros de detenção em condições desumanas já representa um risco para a saúde dos detidos, e deter centenas de outros e colocá-los em instalações onde o distanciamento físico é impossível apenas facilitará a rápida disseminação de doenças contagiosas como a covid-19", disse a associação, em comunicado.

As Filipinas contabilizam mais de um milhão de casos positivos do novo coronavírus.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.244.598 mortos no mundo, resultantes de mais de 155,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Presidente das Filipinas recebe primeira dose da vacina chinesa Sinopharm

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