Washington considera "possível" um acordo antes das eleições iranianas

Os Estados Unidos consideraram hoje ser possível chegar-se a um acordo para salvar o programa nuclear iraniano nas próximas semanas, antes das eleições de junho no Irão, na condição de Teerão o desejar verdadeiramente, defendeu hoje fonte oficial norte-americana.

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Lusa
06/05/2021 21:36 ‧ 06/05/2021 por Lusa

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Nuclear

 

Citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP), e à luz da retoma das negociações sobre o nuclear iraniano em Viena, um alto responsável da delegação norte-americana confirmou que estão em curso, ativamente, "discussões indiretas" com responsáveis de Teerão com vista a obter, a libertação "imediata" dos prisioneiros norte-americanos detidos no Irão.

A fonte, todavia, não adiantou se essa é uma condição prévia para um acordo sobre a componente nuclear.

As negociações indiretas começaram no início de abril na capital austríaca entre os Estados Unidos e o Irão, congregando os restantes signatários do acordo firmado em 2015 para evitar que Teerão adquira a bomba atómica (Alemanha, França, Reino Unido, China e Rússia).

O objetivo é procurar as condições para um regresso de Washington ao plano de ação, depois de a ex-administração de Donald Trump, ter abandonado o pacto.

No entanto, Joe Biden, que sucedeu a Trump em janeiro deste ano, já indicou a vontade de os Estados Unidos regressarem ao acordo.

Para tal, Estados Unidos e Irão têm de concordar no levantamento das sanções reinstauradas por Trump.

As três primeiras sessões das negociações foram "sérias" e "construtivas", disse a fonte citada pela AFP, sob a condição de anonimato. 

Embora a Rússia tenha levantado a meta de concluir um acordo em quinze dias, antes que comece a campanha presidencial das eleições iranianas de 18 de junho interfira nas discussões, Washington não descartou essa possibilidade. 

"É possível chegar a um acordo antes das eleições iranianas? Sim, com certeza. É viável porque não temos de inventar um novo acordo. É apenas uma questão de ressuscitar aquele que foi mal gerido", sublinhou a fonte.

Para a fonte oficial norte-americana, a grande incógnita continua a ser a vontade da liderança iraniana. 

"Se o Irão tomar a decisão política de querer sinceramente retornar ao acordo como foi originalmente negociado, isso pode ser feito muito rapidamente e a implementação desse regresso também pode prosseguir com relativa rapidez", explicou.

"Mas não sabemos se o Irão tomou tal decisão", pelo que a aposta da quarta sessão, que começa sexta-feira, passa por ver "se as discussões progridem ou se ainda somos confrontados com as exigências irrealistas do Irão", acrescentou.

Segundo a fonte, ainda não há acordo sobre o aspeto das sanções e as restrições nucleares, embora os Estados Unidos tenham deixado claro o que estão dispostos a fazer sobre o levantamento das sanções.

O Irão aliás, acrescentou, tem uma ideia "bastante clara" de que poderá mais uma vez usufruir dos benefícios económicos associados ao acordo.

No fim de semana passado, e paralelamente a essas discussões, a imprensa iraniana noticiou um acordo entre Washington e Teerão para troca de prisioneiros, negado já pelos dois países.

A fonte garantiu que não existe qualquer acordo e acusou o Irão de ter mostrado "uma crueldade sem nome" ao deixar passar informações que deram falsas esperanças às famílias. 

Segundo a fonte citada pela AFP, na questão dos detidos, as discussões estão em andamento, de forma ativa, através de discussões indiretas, sendo independentes das conversações sobre o acordo nuclear.

 

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