Um dos líderes do Partido Maori foi expulso do parlamento da Nova Zelândia após ter acusado o partido da oposição de racismo e ter protagonizado o haka, adianta o The Guardian. Rawiri Waititi disse que a oposição estava a incitar o racismo na Nova Zelândia devido à sua posição relativamente ao sistema de saúde.
O debate em torno do sistema de saúde neozelandês decorre há semanas, e tem vindo a escalar.
O Partido Nacional, da oposição, argumenta que o governo de Jacinda Ardern tem uma “agenda separatista” e de “criar dois sistemas de forma furtiva”, isto depois de o governo ter anunciado a expansão de serviços de saúde independente para os maori, que costumam padecer de mais problemas de saúde do que outros grupos étnicos na Nova Zelândia.
Essa posição do Partido Nacional espoletou a reação de Rawiri Waititi.
“Nas últimas duas semanas houve propaganda e retórica racista relativamente às pessoas indígenas. Isso não só é insultuoso para elas, mas também diminui a dignidade desta câmara”, afirmou, acrescentando que “quando se trata de direitos e de opiniões de pessoas indígenas, essas opiniões devem vir de pessoas indígenas”.
Após estas declarações, o presidente do parlamento neozelandês, Trevor Mallard, pediu a Waititi para se sentar. Mas o deputado maori dirigiu-se ao centro do parlamento e fez o haka, tendo sido expulso de seguida.
Já no exterior da câmara, o colíder do Partido Maori falou aos jornalistas. “Isto tem incitado o racismo com veneno relativamente aos maori, por causa deste tipo de propaganda e de retórica. Não vamos aceitar mais isto. O líder da oposição tem atacado constantemente os maori para conseguir os votos dos constituintes pakeha (neozelandeses que não são maori). É disso que se trata”, frisou.
Esta não foi a primeira vez que Mallard expulsou Waititi do parlamento. Em fevereiro, o deputado maori foi expulso da câmara por não usar gravata, optando por usar um vestuário cultural desafiando o ‘dress code’.
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