"Hoje demos alta hospitalar ao (ex) presidente Nasheed. Enquanto viaja para o estrangeiro para continuar a reabilitação e recuperação, a gerência e os empregados do hospital desejam um rápido regresso com saúde", anunciou o hospital ADK através da rede social Twitter.
Um irmão do ex-presidente, Nazim Abdul Sattar, disse que Nasheed partiu para a Alemanha para "continuar o tratamento", acrescentando desconhecer quantos dias vai permanecer no estrangeiro.
Utilizadores das redes sociais difundiram imagens da ambulância, escoltada pelas forças de segurança, no momento em que abandonava o hospital em direção ao aeroporto de Malé.
Um registo vídeo foi difundido por Eva Adullah, vice-presidente do Parlamento das Maldivas.
A partida de Nasheed, o primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no país e atual presidente do Parlamento, ocorre uma semana depois do atentado bombista de que foi vítima quando saía de casa de automóvel.
O ex-presidente ficou gravemente ferido e teve de ser submetido a uma intervenção cirúrgica de mais de 16 horas, além de outras operações para a extração de 11 esferas de rolamentos usadas no artefacto explosivo.
Um dos estilhaços (esfera) atingiu-o junto ao coração.
Quatro outras pessoas ficaram feridas no mesmo atentado: três guarda-costas e um cidadão britânico sobre quem não se conhecem detalhes.
Durante o fim de semana, a polícia das Maldivas deteve três suspeitos, entre os quais Ad'ham Ahmed Rasheed, 25 anos, acusado de ter ativado a bomba colocada num motociclo que explodiu à passagem do veículo de Nasheed.
As investigações continuam, disse hoje em conferência de imprensa um responsável da Polícia, anunciando que foram encontradas provas que relacionam o "ataque a extremistas".
Mesmo assim, não foram desenvolvidas as informações sobre as especulações que referem que se tratou de um atentado de radicais islâmicos.
Apesar de o atentado não ter sido reivindicado, Nasheed já foi alvo de extremistas islâmicos no passado que o consideram "inimigo do Islão" por causa das ideias liberais que defende para o país.
Primeiro presidente eleito democraticamente nas Maldivas, Nasheed viu-se obrigado a renunciar em 2012 e três anos depois foi condenado a 13 anos de prisão devido à detenção ilegal de um juiz durante o mandato presidencial, no contexto de um processo mediático.
Depois de um ano na cadeia, em 2016 conseguiu uma autorização para viajar para Londres, por razões de saúde, e pediu depois asilo político ao Reino Unido.
Em finais de 2018, após dois anos de exílio e coincidindo com a vitória eleitoral do partido a que pertence, Nasheed regressou ao arquipélago tendo sido absolvido de todos os delitos pelo Supremo Tribunal de Malé.
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