Atentado. Ex-presidente das Maldivas foi transferido para a Alemanha

O ex-presidente das Maldivas, Mohamed Nasheed, vítima de um atentado na semana passada, foi transportado hoje para a Alemanha onde vai continuar a reabilitação depois de ter recebido alta do hospital de Malé onde se encontrava.

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Lusa
13/05/2021 11:55 ‧ 13/05/2021 por Lusa

Mundo

Maldivas

 

"Hoje demos alta hospitalar ao (ex) presidente Nasheed. Enquanto viaja para o estrangeiro para continuar a reabilitação e recuperação, a gerência e os empregados do hospital desejam um rápido regresso com saúde", anunciou o hospital ADK através da rede social Twitter.

Um irmão do ex-presidente, Nazim Abdul Sattar, disse que Nasheed partiu para a Alemanha para "continuar o tratamento", acrescentando desconhecer quantos dias vai permanecer no estrangeiro.

Utilizadores das redes sociais difundiram imagens da ambulância, escoltada pelas forças de segurança, no momento em que abandonava o hospital em direção ao aeroporto de Malé.

Um registo vídeo foi difundido por Eva Adullah, vice-presidente do Parlamento das Maldivas.

A partida de Nasheed, o primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no país e atual presidente do Parlamento, ocorre uma semana depois do atentado bombista de que foi vítima quando saía de casa de automóvel. 

O ex-presidente ficou gravemente ferido e teve de ser submetido a uma intervenção cirúrgica de mais de 16 horas, além de outras operações para a extração de 11 esferas de rolamentos usadas no artefacto explosivo. 

Um dos estilhaços (esfera) atingiu-o junto ao coração. 

Quatro outras pessoas ficaram feridas no mesmo atentado: três guarda-costas e um cidadão britânico sobre quem não se conhecem detalhes. 

Durante o fim de semana, a polícia das Maldivas deteve três suspeitos, entre os quais Ad'ham Ahmed Rasheed, 25 anos, acusado de ter ativado a bomba colocada num motociclo que explodiu à passagem do veículo de Nasheed.

As investigações continuam, disse hoje em conferência de imprensa um responsável da Polícia, anunciando que foram encontradas provas que relacionam o "ataque a extremistas".

Mesmo assim, não foram desenvolvidas as informações sobre as especulações que referem que se tratou de um atentado de radicais islâmicos.

Apesar de o atentado não ter sido reivindicado, Nasheed já foi alvo de extremistas islâmicos no passado que o consideram "inimigo do Islão" por causa das ideias liberais que defende para o país.

Primeiro presidente eleito democraticamente nas Maldivas, Nasheed viu-se obrigado a renunciar em 2012 e três anos depois foi condenado a 13 anos de prisão devido à detenção ilegal de um juiz durante o mandato presidencial, no contexto de um processo mediático.

Depois de um ano na cadeia, em 2016 conseguiu uma autorização para viajar para Londres, por razões de saúde, e pediu depois asilo político ao Reino Unido.

Em finais de 2018, após dois anos de exílio e coincidindo com a vitória eleitoral do partido a que pertence, Nasheed regressou ao arquipélago tendo sido absolvido de todos os delitos pelo Supremo Tribunal de Malé.

Leia Também: Autoridades detêm terceiro suspeito de atentado a ex-presidente

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