Reino Unido determinado em realizar a COP26 presencialmente em novembro

O presidente COP26, Alok Sharma, confirmou hoje que pretende que a conferência internacional sobre as alterações climáticas decorra presencialmente em Glasgow, em novembro, a qual qualificou como a "última esperança" para evitar uma subida descontrolada das temperaturas.

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Lusa
14/05/2021 12:43 ‧ 14/05/2021 por Lusa

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Clima

"Sempre defendi a necessidade de uma COP presencial. (...) Estamos, portanto, a planear uma cimeira presencial, onde vamos garantir que a segurança dos delegados será uma prioridade", anunciou durante um discurso para marcar os seis meses antes do evento. 

Prevista originalmente para novembro de 2020, a 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que vai reunir líderes de 196 países, além de empresas e especialistas, foi adiada devido à pandemia covid-19. 

Embora a situação epidémica tenha melhorado muito no Reino Unido, o país mais afetado na Europa com quase 128.000 mortos, graças a uma campanha de vacinação eficaz, vários países ainda receiam que os seus representantes não possam comparecer pessoalmente às discussões.

Nesse sentido, foram feitos apelos para que o evento seja realizado por videoconferência, mas o Governo britânico entende que esta é a "última esperança" para alcançar compromissos que limitem o aquecimento global a 1,5 graus centígrados.

"Juntamente com os nossos colegas do governo escocês, a Câmara Municipal de Glasgow, organismos de saúde pública e as Nações Unidas, estamos a explorar todas as medidas de segurança possíveis contra a covid-19, incluindo testes, vacinas e outras medidas (...) para que a COP26 possa decorrer num ambiente seguro", acrescentou o Sharma.

Recentemente, numa cimeira de ministros de Negócios Estrangeiros do G7 em Londres, para a qual foram convidados outros países, a delegação inteira da Índia foi obrigada a entrar em isolamento após a deteção de infeções em alguns dos seus membros. 

Segundo Sharma, para cumprir o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 graus centígrados, assumido no Acordo de Paris em 2015, "é crítico" reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em metade até 2030 para proteger milhões de pessoas, animais e plantas. 

"Esta é a década decisiva. E devemos agir agora, para lançar um esforço consistente e coordenado para reduzir as emissões ao longo dos próximos 10 anos. E usar a recuperação da pandemia covid-19 para reimaginar as nossas economias", urgiu.

Entre os objetivos do Governo britânico, que é anfitrião da cimeira, para um acordo estão o fim da produção de veículos a gasolina e gasóleo até 2040, o fim do financiamento de centrais termoelétricas a carvão e medidas para a proteção das florestas.   

De acordo com as Nações Unidas, as emissões devem diminuir em cerca de 8% por ano para não ultrapassar o aumento geral de 1,5 graus centígrados previstos no acordo de Paris, o que equivaleria a economizar anualmente até 2030 a mesma quantidade de emissões que durante a pandemia.

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