"Acreditamos que esta variante seja mais transmissível (...). Ou seja, passa mais facilmente de pessoa para pessoa, mas não sabemos quanto", admitiu o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, numa conferência de imprensa.
O chefe do Governo vincou que, até agora, não existem provas que de que as vacinas são menos eficazes na proteção das pessoas, mas se a variante for significativamente mais transmissível poderão ser necessárias novas restrições.
"Não acredito que precisemos, tendo em conta as informações atuais, de atrasar o roteiro [de desconfinamento] e prosseguiremos com o nosso plano de passar para a etapa três, em Inglaterra, a partir de segunda-feira", disse.
Porém, alertou, "esta nova variante pode representar uma interrupção séria do nosso progresso e pode tornar mais difícil passar para a quarta etapa, em junho".
O Ministério britânico da Saúde anunciou na noite de quinta-feira ter enviado uma equipa especial de rastreamento para a zona de Bolton, no norte de Inglaterra, com 100 enfermeiros e técnicos de saúde para fazer testes à população em operações porta a porta.
Foi também feito um reforço de testagem e rastreamento em 15 outras áreas do país para poder ser feito a sequenciação dos casos positivos que permita avaliar a prevalência da variante B1.617.2, considerada preocupante pelas autoridades britânicas.
Dados publicados na quinta-feira davam conta de uma duplicação do número de casos de 520 para 1.310 numa semana, a maioria dos quais no noroeste de Inglaterra, mas também na região de Londres.
"Nesta fase, não há indícios de aumento de casos a traduzirem-se em pressões incontroláveis sobre o SNS [serviço público de saúde], mesmo em Bolton, e as mortes por infeções e hospitalizações, a nível nacional, permanecem nos níveis mais baixos desde o verão passado", vincou o primeiro-ministro.
Desde dezembro foram imunizadas no Reino Unido 36.115.955 pessoas com uma primeira dose de uma vacina contra a covid-19, o que corresponde a 68,6% da população adulta.
Além disso, 19.319.010 pessoas, ou seja, 36,7% da população adulta, já receberam também a segunda dose, administrada com um intervalo de entre três e 12 semanas.
Desde o início da pandemia, foram notificados 127.668 óbitos de covid-19 no Reino Unido, o balanço mais alto na Europa e o quinto a nível mundial.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.333.603 mortos no mundo, resultantes de mais de 160,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.999 pessoas dos 841.379 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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