A 'task force' recomenda também a vacinação dos trabalhadores da linha de frente e das pessoas vulneráveis.
O antigo presidente, John Magufuli, que morreu a 18 de março, minimizou constantemente a pandemia, confiando em orações para derrotar o coronavírus SARS-CoV-2 e declarando vacinas potencialmente "perigosas".
O país não divulga estatísticas sobre a doença desde abril de 2020: os últimos números indicavam 509 casos de infeção e 16 mortes.
A então vice-presidente, Samia Suluhu Hassan, que lhe sucedeu, adotou uma visão oposta, dizendo que "não é bom ignorar" a pandemia.
"Não podemos rejeitá-la ou aceitá-la sem os resultados da investigação científica", disse a agora Presidente, que aparece sempre em público com máscara, no início de abril, ao anunciar a criação de uma equipa para aconselhar o seu governo na gestão da pandemia.
Nas suas recomendações, os peritos disseram que "o Governo deveria fornecer estatísticas precisas sobre a covid-19 ao público e à Organização Mundial de Saúde [OMS], para que os cidadãos tenham informações corretas sobre a doença e respeitem os acordos internacionais".
Estimam que a Tanzânia tenha sofrido duas graves vagas de infeções pelo novo coronavírus e que esteja a enfrentar uma possível terceira.
Também aconselham o governo a oferecer vacinas aprovadas pela OMS a trabalhadores da linha da frente, idosos e pessoas com comorbidades.
John Magufuli recusou-se a impor medidas para conter a doença, minimizando a sua propagação e gravidade.
Católico devoto, tinha declarado que o seu país tinha sido "libertado" da doença através da oração. Também ridicularizou a fiabilidade dos testes, dizendo que uma cabra, uma codorniz e uma papaia tinham testado positivo.
Confrontado com uma onda de mortes em fevereiro atribuídas a "pneumonia", afetando mesmo personalidades de alto nível, admitiu, no entanto, sem convicção, que o vírus ainda circulava.
Presidente desde 2015, Magufuli, apelidado de "Bulldozer", morreu a 18 de março após uma misteriosa ausência de três semanas, oficialmente com problemas cardíacos. Mas o seu principal adversário político alegou que morreu de covid-19.
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