O ministério anunciou também o envio de novos reforços da polícia local para fazer frente ao fluxo maciço e repentino de milhares de migrantes no enclave espanhol, a partir do vizinho Marrocos.
Para além dos 200 já enviados hoje, serão destacados mais 50 agentes, enquanto outros 150 estão em 'stand by', ainda no contexto desta crise migratória, num clima de tensões diplomáticas entre Madrid e Rabat.
Desde a manhã de segunda-feira, quase 8.000 migrantes entraram no enclave espanhol de Ceuta a nado ou a pé, uma onda migratória sem precedentes.
Ao mesmo tempo, na madrugada de segunda para terça-feira, 86 migrantes, de um total de mais de 300, entraram no enclave de Melilla, localizado a 400 quilómetros a leste.
Depois de a ministra dos Negócios Estrangeiros espanhola, Arancha González Laya, ter chamado a embaixadora marroquina em Espanha, Karima Benyaich, para expressar o desagrado pela situação, a diplomata foi também convocada por Rabat.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, chegou hoje a Ceuta, prometendo "restaurar a ordem" no enclave e descreveu os acontecimentos como "uma grave crise para Espanha e também para a Europa".
Ceuta e Melilla, as únicas fronteiras terrestres da União Europeia com África, são regularmente palco de tentativas de entrada de migrantes, mas a maré humana de segunda-feira não tem precedentes.
Embora Rabat seja um aliado fundamental de Madrid na luta contra a imigração ilegal, as relações diplomáticas entre os dois países deterioraram-se desde que Espanha recebeu, no final de abril, o líder dos separatistas saarauís da Frente Polisário, Brahim Gali, para ser tratado devido à covid-19, uma decisão que despertou a ira de Rabat.
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