Repórteres Sem Fronteiras lançam ferramenta para combater desinformação

Os Repórteres sem Fronteiras (RSF) lançaram a plataforma digital 'Journalism Trust Initiative' (JTI) que permite aos meios de comunicação social apresentarem a fiabilidade das suas notícias com base nas práticas jornalísticas, promovendo a confiança e combatendo a desinformação.

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Lusa
20/05/2021 13:44 ‧ 20/05/2021 por Lusa

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O certificado Journalism Trust Initiative (JTI) servirá para "construir um ecossistema de informação mais saudável no qual será possível identificar e promover informação fiável e assim restaurar a confiança do público nos meios de comunicação social", destaca a organização em comunicado.

No contexto de "caos informativo", o mecanismo pretende reforçar o jornalismo e incentivar o público a consultar meios de comunicação credíveis, aumentando o público-alvo e as receitas.

A oferta está dividida em três fases, a primeira das quais envolve a realização de uma autoavaliação pelos meios de comunicação social através da aplicação 'online', disponível em inglês, francês e espanhol.

Isto significa verificar a conformidade das suas práticas com o quadro normativo da JTI, estabelecido pela organização com 130 intervenientes no setor, mas também com o meio académico, organismos reguladores e empresas tecnológicas.

A segunda, sempre voluntária, seria a divulgação pública dos resultados desta autoavaliação através de um "relatório de transparência".

Finalmente, os meios de comunicação social poderiam ir mais longe e submeter-se a uma auditoria externa, em que uma avaliação independente seria realizada por um organismo de certificação acreditado, caso em que poderia utilizar o rótulo JTI para melhorar a sua imagem.

O secretário-geral da RSF Christophe Deloire defendeu a relevância desta iniciativa porque "no atual caos informativo, a falsa informação, a propaganda e o discurso do ódio têm uma vantagem competitiva sobre o jornalismo" com efeitos negativos para o público e para a viabilidade do jornalismo.

"Se quisermos sair desta armadilha, temos de inverter a tendência e encorajar o jornalismo" através de um mecanismo como a JTI que torna "o cumprimento das normas profissionais um bem tangível e, no final, um teste à durabilidade do jornalismo", acrescentou Deloire.

Numa linha paralela, Vincent Peyrègne, director da Associação Mundial de Editores de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA), observou que, quer através de uma simples autoavaliação ou de uma certificação completa, "a utilização de normas explícitas ajudará a identificar redações de confiança".

A implementação deste sistema segue uma fase piloto, sendo testado com cerca de cinquenta meios de comunicação como CBC/Radio-Canada, France Télévisions, SWI, Sissinfo.ch, o grupo Schibsted, Tiempo Argentino, Der Spiegel, Coloradio Public Radio, Economedia na Bulgária e The Wire, na Índia.

A JTI foi promovida pela Comissão Europeia e a Craig Newman Philanthropies como uma iniciativa multidisciplinar para melhorar o profissionalismo e a transparência no campo da informação e da comunicação.

Leia Também: Inteligência artificial é realidade mas não pode substituir jornalistas

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