Os iranianos são chamados às urnas em 18 de junho para eleger o sucessor do Presidente Hassan Rouhani, cuja política de abertura fracassou com a denúncia dos Estados Unidos em 2018 do acordo nuclear iraniano alcançado três anos antes, em Viena.
O clima no país é de descontentamento geral com a grave crise económica e social causada pelo restabelecimento das sanções americanas após a saída dos Estados Unidos deste acordo.
Após a invalidação das candidaturas de várias personalidades, permanecem sete candidatos, incluindo cinco ultraconservadores e dois reformadores sem âmbito nacional.
Durante o debate de hoje, os candidatos ultraconservadores exigiram que o reformista Abdolnaser Hemmati, o governador do Banco Central do Irão, assuma a responsabilidade pela crise, culpando-o por defender o histórico económico do Governo.
"Como quer governar o país, senhor Hemmati? O seu Governo foi catastrófico, você está sentado aqui como representante do senhor Rouhani", acusou Mohsen Rézaï, ex-comandante-chefe da Guarda Revolucionária.
Hemmati, por sua vez, questionou o programa económico dos ultraconservadores, baseado em particular na ajuda financeira direta e massiva à população e acusou os adversários de minar as relações internacionais do Irão, impedindo o país de lucrar com o acordo nuclear alcançado em 2015 entre Teerão e a comunidade internacional.
O chefe da Autoridade Judiciária, Ebrahim Raïssi, é um dos favoritos às eleições presidenciais, beneficiando da invalidação da candidatura de várias personalidades que o poderiam ter ofuscado.
Citando "inúmeras sondagens", Raïssi afirmou durante o debate que "uma das preocupações da população" é "a desonestidade de certos funcionários" do Governo.
Raïssi também expressou preocupação com a inflação, "um dos graves problemas que as pessoas enfrentam hoje".
"Os preços dos produtos básicos aumentaram consideravelmente", acrescentou.
Em fevereiro de 2020, as eleições legislativas foram marcadas por uma abstenção recorde (57%) num contexto de invalidação massiva de candidatos moderados e reformistas.
Os candidatos devem participar em mais dois debates televisivos, marcados para terça-feira e sábado.
Leia Também: Irão classifica perda de direito de voto na ONU como "inaceitável"