"Em várias ocasiões, as autoridades da RCA assumiram compromissos que não cumpriram, tanto politicamente em relação à oposição, como em termos do seu comportamento para com a França, que é alvo de uma campanha maciça de desinformação", disse o Ministério da Defesa, vincando que "os russos não são os culpados, mas a RCA é, na melhor das hipóteses, cúmplice nesta campanha".
No final de abril, os cinco militares franceses que tinham sido destacados para o Ministério da Defesa da RCA foram chamados a Paris, e o treino militar fornecido às forças armadas deste país a partir das tropas francesas estacionadas no Gabão foi interrompido, acrescentou o Governo francês, citado pela agência France-Presse (AFP).
Questionado pela AFP sobre o montante da ajuda orçamental congelada, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês não apresentou ainda quaisquer números.
A França, que interveio de 2013 a 2016 para pôr fim à violência no país, no âmbito da operação Sangaris, entregou 1.400 armas de assalto às forças armadas da RCA em dezembro de 2018, após ter obtido uma exceção ao embargo decretado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Durante esse ano, a Rússia destacou um grande contingente de "instrutores", que Paris liga ao início da campanha de desinformação contra os interesses de Paris.
No final do ano passado, Moscovo enviou centenas de militares para ajudar o Exército do Presidente, Faustin Archange Touadéra, a combater uma rebelião, mas várias testemunhas e organizações não-governamentais garantem que os militares são, na verdade, mercenários que trabalham para o grupo de segurança privada russa Wagner.
Portugal tem atualmente 241 militares na República Centro-Africana, dos quais 183 integram a missão das Nações Unidas (Minusca).
Os restantes 58 militares portugueses participam na missão de treino, promovida pela União Europeia, até setembro deste ano.