"Encarreguei os organismos competentes de proporem oficialmente à parte azeri que o meu filho seja entregue como refém a Baku em troca dos nossos prisioneiros", disse Pashinian num evento eleitoral na região de Shirak, no norte do país, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
As declarações de Pashinian, divulgadas no jornal digital arménio Mamul.am, foram feitas depois de o ex-Presidente Serzh Sarkissian ter criticado o primeiro-ministro em funções pela lentidão no processo de devolução dos prisioneiros arménios e sugerido que tal não aconteceria se se tratasse do seu filho.
O filho de Pashinian, que no ano passado lutou na guerra de Nagorno-Karabakh, também se declarou disposto a entregar-se ao Azerbaijão se Baku prometer devolver os detidos arménios.
"Estou disposto a partir para o Azerbaijão em troca do regresso dos prisioneiros de guerra e de pessoas detidas com outro estatuto", escreveu Ashot Pashinian na rede social Facebook.
Em maio, mais de 120 eurodeputados enviaram uma carta conjunta aos presidentes do Conselho e da Comissão Europeia, Charles Michel e Ursula von der Leyen, respetivamente, pedindo que intercedessem pelos prisioneiros de guerra arménios ainda detidos no Azerbaijão.
O porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa, Peter Stano, por seu turno, pediu no passado dia 28 ao Azerbaijão a "libertação imediata" dos prisioneiros de guerra e no mesmo dia foi feito o mesmo pedido pela embaixada dos Estados Unidos em Baku, através da rede social Twitter.
O último conflito armado entre a Arménia e o Azerbaijão, com um balanço de mais de 5.000 mortos, durou seis semanas e o acordo de cessar-fogo determinou a entrega por Erevan de vários territórios ocupados desde a guerra entre 1992 e 1994.
A Arménia realiza a 20 de junho eleições legislativas antecipadas e uma sondagem recente dá o primeiro lugar à formação de Pashinian, Partido do Contrato Civil, com 22,4% dos votos, seguida pela coligação Arménia, liderada pelo seu principal rival, o ex-presidente Robert Kocharian, com 20,6%.