Josep Borrell alerta ONU para a crescente divisão internacional
O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, alertou hoje a ONU para a crescente divisão internacional e instou os países a uma "cooperação baseada em regras".
© OLIVIER MATTHYS/POOL/AFP via Getty Images
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"A alternativa é a lei da selva, onde os problemas não são resolvidos. Todos os dias vemos o custo da ausência de uma ação multilateral: acesso reduzido às vacinas, ação climática insuficiente, crises de paz e segurança que se agravam", alertou o responsável da política externa da União Europeia (UE), num discurso por videoconferência perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, com sede em Nova Iorque.
Na sua intervenção durante o debate anual sobre a cooperação entre a ONU e a UE, o diplomata espanhol, citado pela agência EFE, considerou que a raiz da atual situação internacional está nas "políticas de força" e nas "disputas ideológicas", que estão a levar a uma "erosão da confiança".
"Temos que responder a esse défice de multilateralismo e reverter as abordagens que o tratam de forma seletiva e egoísta", defendeu Josep Borrell, ao apresentar a UE como a defensora de "soluções multilaterais", apontando o exemplo da resposta à pandemia e da distribuição de vacinas contra a covid-19.
Na sua intervenção, o alto representante sublinhou que a União Europeia contribuiu com mais de 2.800 milhões de euros para o mecanismo Covax, destinado a distribuir vacinas pelos países menos desenvolvidos, e que exportou já cerca de 240 milhões de doses, "mais do que qualquer outra região" do mundo.
Josep Borrell manifestou ainda a intenção de doar pelo menos 100 milhões de doses este ano a países de baixo e médio rendimento, mas deixou claro que este esforço não é suficiente, apelando a que todos os países "levantem as restrições à exportação de vacinas e dos seus componentes".
Em relação à questão ambiental, o alto representante da UE apontou as alterações climáticas como mais uma área que colocará à prova o sistema multilateral, face à necessidade de acertar ações importantes na próxima reunião de cúpula do clima, que será realizada em novembro em Glasgow, na Escócia.
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