O Presidente norte-americano, Joe Biden, e os líderes do Grupo dos Sete países concordaram em continuar as suas políticas de apoio à economia global "enquanto for necessário" para criar uma recuperação "forte e equilibrada", de acordo com uma declaração da Casa Branca.
De acordo com a nota, as sete economias mais desenvolvidas procuram que a saída da crise gerada pela pandemia "beneficie a classe média e as famílias trabalhadoras".
Estas medidas seriam, se adotadas, adicionais ao imposto mínimo global sobre as sociedades que os ministros das finanças deste grupo acordaram na semana passada numa reunião em Londres, e que os EUA consideram uma "prioridade".
A taxa, que seria de pelo menos 15%, recebeu o impulso decisivo de Biden desde a sua chegada à Casa Branca, depois de os Estados Unidos sob Donald Trump terem evitado comprometer-se com esta iniciativa, que está a ser discutida no seio da OCDE.
Washington vê isto como "um passo crítico para acabar com a corrida de décadas ao fundo que leva as nações a competir sobre quem oferece a taxa mais baixa às grandes empresas à custa da proteção dos trabalhadores, do investimento em infraestruturas e do crescimento da classe média".
"Ao fazer com que as grandes multinacionais paguem a sua quota-parte e ao aumentar os recursos para financiar as prioridades de renovação interna, um imposto mínimo global sobre as empresas é uma parte fundamental dos nossos esforços", acrescentou a nota.
A Casa Branca quer que os países ponham fim ao imposto digital que alguns deles adotaram e sublinha que o plano afetará "as grandes multinacionais em geral, tanto nacionais como estrangeiras, e não apenas o setor tecnológico".
Este princípio "assegurará que as grandes multinacionais paguem um pouco mais nos locais onde operam, independentemente de estarem ou não fisicamente sediadas lá".
De acordo com o Financial Times, o Reino Unido está a pressionar para que o acordo de imposto sobre as sociedades não se aplique às empresas financeiras, o pilar da sua economia e à City de Londres.
o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, acolhe hoje os líderes do G7, numa cimeira considerada crucial para o combate e recuperação mundial da pandemia de covid-19.
A cimeira, que decorre até domingo, realiza-se na Cornualha, no sudoeste de Inglaterra, e será a primeira presencial entre os respetivos líderes em dois anos.
O acesso equitativo às vacinas anticovid-19, com ênfase na redistribuição de doses excedentes dos países membros do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), vai estar no topo da agenda.
Os líderes do G7 também deverão discutir a transferência de tecnologias e recursos por países e farmacêuticas para facilitar e aumentar a produção de vacinas.
O regresso dos EUA ao Acordo de Paris representa também uma oportunidade para avançar com mais compromissos no combate às alterações climáticas.
A participação de Joe Biden constitui também uma oportunidade para uma maior união em termos de política externa, sendo esperadas discussões e declarações sobre as situações em Myanmar, Afeganistão, Etiópia, Bielorrússia, Líbia e Irão.
As relações com Rússia e China deverão ser abordadas, depois de críticas feitas, em maio, pelos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, a Moscovo e Pequim.
Além dos sete países, a cimeira da Cornualha vai contar com a participação da África do Sul, Austrália, Coreia do Sul e Índia, como convidados.
Participam também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
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