O número de mais de cinco milhões representa "o pior aumento" em quatro anos, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), citado pela agência France-Presse.
"Em toda a bacia do lago Chade, 10,2 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária", principalmente no extremo norte dos Camarões, na região do lago Chade e na região de Diffa (sudeste do Níger), bem como em três estados da Nigéria: Adamawa, Borno e Yobe.
Todas estas áreas enfrentaram ataques mortais dos grupos Boko Haram e Estado Islâmico na África Ocidental.
"Após 12 anos de violência, os serviços sociais básicos e os já limitados recursos naturais estão sob grande tensão" na região, alertou a OCHA.
"A violência continua a alastrar-se e as restrições de acesso colocam desafios adicionais à prestação de ajuda", acrescentou a agência da ONU.
Em particular, a OCHA destaca "três ataques consecutivos" realizados em abril na cidade nigeriana de Damasak, perto da fronteira com o Níger, que "visaram diretamente a comunidade de ajuda humanitária" e "conduziram a um nível de destruição sem precedentes e colocaram milhares de famílias numa situação crítica".
Segundo a agência da ONU, são necessários 2,5 mil milhões de dólares (2,06 mil milhões de euros) para responder "adequadamente às necessidades humanitárias mais agudas" durante este ano, mas até junho foram apenas recebidos "13% dos fundos".
O conflito na bacia do lago Chade criou a maior crise de deslocados em África desde 2009, com mais de dois milhões de pessoas deslocadas e quase 36.000 mortos.
A região de Diffa, no Níger, alberga cerca de 300.000 refugiados e deslocados nigerianos, que fogem desde 2015 de abusos de 'jihadistas', segundo dados da ONU.