Governação Trump. Justiça aperta regras após espionagem a democratas

O Departamento de Justiça vai apertar as regras para a obtenção de informações sobre membros do Congresso, após ter sido tornado público que o Governo de Donald Trump recolheu dados de autoridades eleitas nos EUA.

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Lusa
15/06/2021 00:20 ‧ 15/06/2021 por Lusa

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EUA

 

"Consistente com o nosso compromisso com o Estado de Direito, devemos garantir que no futuro toda a força seja dada às questões de separação de poderes", realçou na segunda-feira o procurador-geral Merrick Garland, citado pela agência AP.

Garland salientou ainda que "considerações políticas ou outras impróprias não devem desempenhar nenhum papel em qualquer decisão de investigação".

Estas afirmações surgem após uma fonte oficial do Departamento de Justiça norte-americano ter revelado que o procurador assistente da Divisão de Segurança Interna daquele departamento, John Demers, pretende deixar o cargo no final da próxima semana.

John Demers, que prestou juramento poucas semanas depois da intimação para a obtenção dos registos dos democratas, é um dos poucos nomeados pelo ex-presidente Donald Trump que se manteve na administração agora liderada por Joe Biden.

O procurador dos EUA no distrito leste de Nova Iorque, Mark Lesko irá substituir temporariamente Jonh Demers, até que a escolha oficial de Joe Biden, Matthew Olsen, seja aprovada pelo Senado.

Olsen, executivo na área da segurança da plataforma tecnológica de transportes Uber, tem experiência no Departamento de Justiça. Já desempenhou funções como diretor do Centro Nacional de Contra Terrorismo e como conselheiro da Agência de Segurança Nacional.

Os legisladores democratas Adam Schiff e Eric Swalwell foram informados recentemente pela gigante tecnológica Apple que o Departamento de Justiça norte-americano exigiu, em 2017 e 2018, alguns dos seus dados, na sequência de uma investigação sobre fuga de informações confidenciais.

Membros do Comité de Inteligência da Câmara dos Representantes, os dois eram suspeitos de terem divulgado a jornalistas informações sobre a 'delicada' investigação das suspeitas de conluio entre Moscovo e a administração de Donald Trump, que manchou o início do mandato do presidente republicano.

Atual presidente do Comité de Inteligência, Adam Schiff referiu na segunda-feira que conversou com Merrick Garland e que este se comprometeu a realizar uma investigação independente.

Schiff salientou que tem "toda a confiança" que Garland "fará uma investigação completa sobre o grau de politização do Departamento [de Justiça] durante a anterior administração e que tomará as medidas corretivas".

Inicialmente tinha sido divulgado que 12 pessoas ligadas ao Comité, incluindo assessores, ex-assessores e familiares, foram 'analisados', mas o número será maior, segundo revelou uma fonte ligada ao processo à AP, sob a condição de anonimato.

Algumas pessoas podem não saber que foram 'controladas' porque a notificação da Apple foi feita por correio eletrónico e algumas mensagens foram para pastas 'spam', acrescentou.

Segundo a Apple, a intimação, emitida a 06 de fevereiro de 2018, solicitava informações sobre 73 números de telefone e 36 correios eletrónicos.

E também incluía uma ordem de sigilo que proibia a empresa de notificar qualquer uma destas pessoas e foi renovada por três vezes, divulgou anteriormente a gigante tecnológica.

Nos Estados Unidos, a fuga de informações confidenciais é ilegal, e os procuradores federais podem emitir mandados de busca e detenção para descobrir a fonte.

Leia Também: Caso de espionagem a Democratas durante governação de Trump agita EUA

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