Parlamento belga alerta para risco de genocídio dos uigures pela China

O parlamento belga aprovou hoje uma resolução que alerta para um "sério risco de genocídio" da minoria uigure muçulmana na China, já que cada vez há mais denúncias sobre violações dos direitos humanos por Pequim na região de Xinjiang.

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Lusa
15/06/2021 12:40 ‧ 15/06/2021 por Lusa

Mundo

Bélgica

A resolução da comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros deverá ser confirmada em sessão plenária da Câmara dos Representantes no dia 01 de julho, segundo avançou à agência francesa de notícias AFP o deputado ecologista Samuel Cogolati, relator do documento.

Várias potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, denunciaram em maio, nas Nações Unidas, os alegados abusos do Governo chinês contra a minoria uigure e outros grupos étnicos que vivem em Xinjiang, aumentando a pressão sobre Pequim, que nega todas as acusações e as descreve como um pretexto para prejudicar o país.

Estes países denunciaram a existência de graves abusos na província - com minorias como os uigures a sofrerem detenções em massa, tortura e trabalhos forçados - e alguns governos, incluindo o dos EUA a falarem na existência de "um genocídio".

Os porta-vozes do governo local de Xinjiang têm negado repetidamente a existência de esterilizações forçadas ou outras práticas para reduzir a população uigure na região.

Na segunda-feira, a China publicou os dados do último censo no país, que indica que a população de minorias étnicas em Xinjiang é de 14,93 milhões (57,76% do total), enquanto os han, o grupo étnico maioritário na China, somam 10,92 milhões de pessoas, (42,24% da população).

Funcionários regionais da província de Xinjiang disseram que a população das chamadas minorias étnicas e dos han aumentou "de forma constante" na última década, para 25.852.345 pessoas no total, informou o Global Times.

Em março, Pequim anunciou represálias contra o Reino Unido, a União Europeia e os Estados Unidos após a aplicação de sanções contra Xinjiang, como parte de uma estratégia para repelir o que considera ser uma interferência nos assuntos internos da China.

Além disso, o Comité Permanente do Congresso Nacional do Povo da China aprovou, na quinta-feira passada, uma lei contra sanções estrangeiras, para "salvaguardar a soberania nacional, a dignidade e os interesses fundamentais".

Leia Também: G7: Líderes exortam China a "respeitar direitos humanos"

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