O aumento deve-se, segundo o ministério, ao fim dos subsídios ao açúcar por parte do Banco Central, o que faz subir o custo de produção do pão. O último aumento tinha ocorrido em fevereiro.
O Líbano enfrenta a pior crise económica e financeira da sua história moderna, que o Banco Mundial considerou uma das piores do mundo nos últimos 150 anos.
A moeda perdeu 90% do seu valor e um relatório divulgado este mês pelo Banco Mundial prevê que o produto interno bruto (PIB) do país diminua 9,5% em 2021, depois de encolher 20,3% em 2020 e 6,7% no ano anterior.
O Banco Central tem cortado o financiamento de importações em dólares subsidiados, dado que as reservas em moeda estrangeira caíram significativamente, o que levou os comerciantes a aumentar os preços ou interromper as importações.
A maioria dos libaneses viu o seu poder de compra diminuir e as economias desaparecerem. Mais de metade da população do país com cerca de 6,8 milhões de habitantes vive agora abaixo do limiar da pobreza.
O Líbano regista ainda grande escassez de combustível e medicamentos -- ambos ainda subsidiados pelo Estado -, assim como de outros produtos essenciais.
O alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, em visita ao Líbano no sábado condicionou as ajudas ao país à formação de um governo e ao avanço de reformas.
Além de reclamar a Beirute a adoção de um pacote básico de reformas urgentes, Borrell exortou os políticos libaneses a formarem rapidamente um novo governo e a chegarem a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para começar a tirar o país da crise económica e financeira.
O Líbano está nas mãos de um executivo interino que renunciou após a explosão no porto de Beirute, em agosto, e o primeiro-ministro nomeado em outubro para assumir o governo, Saad Hariri, ainda não conseguiu constituir um gabinete.
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