Angela Merkel falava um dia depois de os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) terem concordado em manter "o diálogo" com Putin, mas afastando, para já, a possibilidade de uma cimeira.
A chanceler alemã admitiu na quinta-feira que "pessoalmente, gostaria de ter ido mais longe", depois de a Alemanha e a França terem apresentado uma proposta para retomar as cimeiras com o Presidente russo, na sequência da reunião que Putin realizou, na semana passada, com o homólogo dos Estados Unidos.
Hoje insistiu à saída da cimeira europeia: "O Presidente dos Estados Unidos reuniu-se com Vladimir Putin para uma conversa séria sem dar a impressão de que tal fosse uma recompensa para o Presidente russo. Uma UE soberana, na minha opinião, também deve ser capaz de representar os interesses da UE numa conversa semelhante".
A França também reafirmou hoje a necessidade de a União Europeia "falar ao mais alto nível" com a Rússia, apesar da recusa de vários países membros em regressar ao diálogo.
Os Estados Bálticos, Polónia, Suécia e Holanda opuseram-se ao reatamento do diálogo com o líder russo, que acusam de intensificar as ações agressivas contra os países da UE e contra os seus vizinhos.
As relações entre Bruxelas e Moscovo estão sob tensão desde que a Rússia anexou a península da Crimeia, em 2014.
O Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, levou uma proposta a debate nesta cimeira europeia que procurava retomar os encontros com o Kremlin, mantendo simultaneamente as sanções.
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