"Quero agradecer ao tribunal e todo o apoio que recebi de toda a gente. É um novo combate agora por todas as outras mulheres e todos os tipos de maus tratos. Não me sinto aliviada, sinto-me vazia psicologicamente e fisicamente", disse Valérie Bacot aos jornalistas esta noite à saída do tribunal.
Durante os próximos quatro anos, esta mulher está num regime probatório e está proibida de utilizar armas de fogo. Também terá acompanhamento psicológico obrigatório, mas não voltará à prisão.
A acusação pediu uma pena de cinco anos de prisão, incluindo quatro anos de pena suspensa, o que significa que Valerie Bacot poderia sair do tribunal em liberdade, reconhecendo que esta mulher tinha sido "uma vítima".
Em 13 de março de 2016, Valerie Bacot matou Daniel Polette com um tiro na nuca, pondo fim a mais de 24 anos de abusos e de violência. O marido, que tinha começado por ser seu padrasto, companheiro da mãe, e começou a abusar dela quando tinha 12 anos, obrigando-a a prostituir-se.
O homem, que tinha mais 25 anos que Bacot, casou com ela e tiveram quatro filhos.
O crime ocorreu quando Valerie Bacot escutou uma conversa entre o marido e a filha de ambos, de 14 anos, em que ele estava a fazer-lhe perguntas sobre a sua sexualidade.
O medo de que a prostituísse, como fazia com ela, levou-a a matá-lo, confessou Valerie Bacot, que incorria numa pena que podia ir até prisão perpétua.
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