Evento contra a vacinação obrigatória resulta em detenções em Moscovo

Várias pessoas foram hoje detidas no centro de Moscovo durante um evento convocado pelo Partido Comunista da Rússia contra a vacinação obrigatória, decretada pela Câmara da capital e por governos de várias regiões russas.

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Lusa
26/06/2021 19:33 ‧ 26/06/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

Segundo noticia a imprensa local, pelo menos nove pessoas foram detidas durante um evento que juntou algumas centenas de participantes e uma grande presença policial.

Entre os detidos estão ativistas ligados ao Partido Comunista e pessoas que tentaram evitar a sua detenção, noticia a agência EFE.

A ação envolveu um encontro entre um deputado comunista, Valeri Rashkin, e apoiantes tendo em vista as eleições legislativas de setembro.

Embora o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, estivesse contra a vacinação obrigatória, a Câmara da capital decretou em junho a obrigatoriedade de vacinação a 60% dos funcionários em determinados serviços.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, explicou que, na realidade, a vacinação mantém-se voluntária e que quem não quiser ser vacinado pode "mudar de emprego".

Segundo explicou a responsável pelos serviços de saúde do país, Anna Popova, já existem dez regiões onde a vacinação é obrigatória para determinados "grupos profissionais de risco".

O governador de São Petersburgo, Alexandr Beglov, introduziu a vacinação obrigatória para 65% dos funcionários de empresas do Estado até 15 de agosto.

Anna Popova acrescentou que na segunda-feira, conforme a situação epidemiológica devido à pandemia de covid-19, será decidido se outras regiões também vão adotar estas medidas.

Na região de Krasnodar, no sul, onde estão localizados as principais estâncias turísticas do mar Negro, a vacinação será obrigatória para quem quiser ficar hospedado a partir de 01 de agosto, medida que levou os operadoras turísticas a protestarem.

Apenas um em cada cinco russos, segundo revelam inquéritos, apoia a vacinação obrigatória.

Desde 08 de junho, a Rússia registou um aumento diário de novas infeções e mortes, que já não se registavam desde final de 2020.

As autoridades de saúde relataram hoje 619 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, um novo registo máximo registado em 2021.

A Rússia soma 5.430.753 infetados, o quinto país no mundo com mais casos registados a seguir aos EUA, Índia, Brasil e França, e 132.683 mortes, embora fontes independentes assinalem a multiplicação destes números oficiais por duas e três vezes.

Segundo as autoridades, mais de 21 milhões de pessoas, num total de 146 milhões, já receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19, um número considerado baixo para atingir a imunidade de grupo ainda em 2021.

A pandemia de covid-19 provocou mais de 3,9 milhões de vítimas em todo o mundo, resultantes de perto de 180 milhões de casos de infeção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP. 

Leia Também: Embaixador dos EUA regressa à Rússia depois da cimeira Biden/Putin

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