América Latina e Caraíbas defendem justa distribuição de vacinas
Trinta e três países da América Latina e Caraíbas assinaram uma declaração conjunta, divulgada hoje em Caracas, defendendo uma justa distribuição das vacinas e materiais médicos para combater localmente a pandemia de covid-19.
© Reuters
Mundo Covid-19
"Reafirmamos a necessidade de uma imunização universal urgente contra a covid-19, assim como de garantir uma distribuição rápida, equitativa, solidária, não discriminadora e acessível de vacinas, suprimentos e equipamentos que permitam a proteção de todos", afirmam.
A posição conjunta faz parte da "declaração final" da XIX Cimeira de Chefes de Estado e de Governo dos países que integram a Aliança Bolivariana para os povos da América - Tratado de Comércio do Povo (ALBA-TCP), que decorreu na quinta-feira, na Venezuela.
Na declaração sublinham o compromisso dos países da ALBA-TCP "para mitigar" a propagação da pandemia e reconhecem "os extraordinários esforços do pessoal de saúde para enfrentar a crise sanitária, especialmente o Contingente Henry Reeve de Cuba" que tem cinco produtos candidatos a vacinas.
"Condenamos a campanha de descrédito promovida pelos EUA contra a cooperação médica cubana", afirmam, congratulando-se pela iniciativa do "banco de vacinas da ALBA-TCP, assim como do banco de medicamentos, para contribuir a melhorar o acesso a materiais médicos, provas rápidas e provas PCR nos países da Aliança".
A declaração condena ainda o bloqueio dos EUA contra Havana e a inclusão de Cuba na listagem de Estados patrocinadores do Terrorismo, pelo Departamento de Estado norte-americano.
No documento, os países membros da ALBA-TCP ratificam o "compromisso com uma integração genuinamente latino-americana e caribenha que permita enfrentar juntos as reivindicações da dominação imperialista e as crescentes ameaças à paz e à estabilidade regional, com multilateralismo e de acordo com os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas e o direito internacional, em consonância com a proclamação da América Latina e Caraíbas como zona de paz".
Além disso, sublinham a necessidade de fortalecer a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribeños (CELAC) e saúdam a instalação de um novo parlamento e a preparação de eleições regionais e municipais na Venezuela, previstas para novembro.
Os países membros da ALBA-TCP ratificam igualmente o "apoio incondicional ao governo sandinista, ao Presidente Daniel Ortega e ao povo da Nicarágua" na defesa da soberania e paz, condenam as tentativas desestabilizadoras dos EUA nesse país e apoiam os esforços regionais para alcançar a igualdade de género e o fim da discriminação dos povos indígenas.
Por outro lado, expressam preocupação por violações aos direitos humanos contra o povo colombiano e acusam o secretário-geral da Organização de Estados Americanos, Luís Almagro, de legitimar ações violentas, intervenções nos assuntos internos e ruturas da ordem constitucional em países da região.
"Reafirmamos total apoio aos países caribenhos no pedido de indemnização pelo genocídio da população nativa, horrores da escravidão e da 'trata' [tráfico de seres humanos] transatlântica, e expressamos o nosso compromisso em defender e promover a cultura latino-americana e caribenha, a identidade dos povos da região com particular respeito e promoção das culturas autóctones e indígenas", afirmam.
Apoiam ainda "potenciar o desenvolvimento da zona económica complementar ALBA -- Petro Caraíbas, como modelo produtivo e tecnológico local".
Por outro lado, "acolhem com satisfação" as relações entre a ALTA-TCP e a ONU, a Comunidade das Caraíbas (Caricom), a Associação de Estados das Caraíbas, a Secretaria-geral do Sistema de Integração Centro-americana, a União Africana e a Liga Árabe. Também com a Comunidade Económica dos Estados de África (CEDEAO), a Comissão Económica para a América-Latrina e as Caraíbas e a Comunidade Euroasiática, entre outras.
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