"Quero ser honesta: na Tanzânia temos pessoas doentes nesta terceira vaga", afirmou Samia Suluhu Hassan, numa conferência de imprensa em Dar es Salam, realizada para assinalar a conclusão dos seus primeiros 100 dias no cargo, noticia a agência Efe.
Hassan, que não especificou uma data específica para este balanço, detalhou que 70 dos 100 pacientes estão em estado crítico, "ligados a ventiladores".
As autoridades tanzanianas não publicaram quaisquer estatísticas oficias sobre a pandemia desde maio de 2020, ainda sob o mandato do anterior Presidente, John Magufuli, que nunca estabeleceu medidas sanitárias ou sociais, defendendo que o país estava protegido por intervenção divina.
Assim, o balanço oficial continuava cifrado em 509 casos e 21 mortes, fruto dos números apresentados pelas autoridades centrais em 29 de abril, e pela região semiautónoma de Zanzibar em 08 de maio.
Hassan anunciou que o país vai destinar 470 milhões de dólares (cerca de 395 milhões de euros) para adquirir vacinas e equipamento para combater a pandemia, não tendo especificado se há negociações com farmacêuticas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na semana passada que esta nação africana está em vias de solicitar a entrada no programa Covax, que pretende assegurar um acesso equitativo às vacinas contra a covid-19 para os países de baixos rendimentos.
Samia Suluhu Hassan acrescentou que as vacinações no país serão voluntárias.
Hassan que se tornou a primeira mulher Presidente no país em 19 de março, após a morte súbita de Magufuli, aos 61 anos, rompeu com a abordagem negacionista do seu antecessor, tendo criado um comité composto por especialistas que recomendou o uso de vacinas e o tratamento dos infetados.
A morte de Magufuli foi anunciada em 17 de março, depois de mais de duas semanas de ausência pública. Segundo as autoridades, a morte deveu-se a problemas cardíacos, mas a oposição afirma que o Presidente contraiu covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.925.816 mortos em todo o mundo, resultantes de 181.026.547 casos de infeção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
De acordo com os dados mais recentes do África CDC, o continente totaliza mais de 5,39 milhões de casos de covid-19 desde o início da pandemia, ultrapassando as 140.000 mortes.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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