O Brasil poderia ter impedido que cerca de 400 mil pessoas tivessem morrido devido ao novo coronavírus se tivesse implementado uma melhor resposta contra a Covid-19, defendeu esta terça-feira Pedro Hallal, reconhecido especialista e professor da Universidade Federal de Pelotas, em declarações ao The Guardian.
Pedro Hallal - que se encontra a coordenar o primeiro estudo que quantifica o impacto da pandemia no país - afirmou que se o país tivesse adotado restrições mais apertadas e iniciado o plano de vacinação contra o novo coronavírus mais cedo, 80% do total de óbitos tinha sido evitado.
"A responsabilidade destes números é inteiramente do governo federal e, em particular, do presidente. Não foi o governo federal que disse que a pandemia era 'uma gripezinha'. Não foi o governo federal que encorajou as pessoas a andarem sem máscara ou disse que a vacina as podia transformar num jacaré. Isso foi tudo responsabilidade do presidente", argumentou.
Pedro Hallal informou também que a mortalidade associada à Covid-19 no país era quatro vezes mais alta do que no resto do mundo - 2.345 por um milhão contra 494 por um milhão.
O especialista - que prestou declarações na semana passada perante o senado no âmbito de um inquérito sobre a atuação do governo na crise sanitária - estimou ainda que entre 95 mil e 145 mil mortes relacionadas com o novo coronavírus ocorreram devido à inação do governo de Jair Bolsonaro em adquirir vacinas.
De acordo com o último balanço, divulgado ontem pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde do Brasil (CONASS), em termos globais, o Brasil conta, desde o início da pandemia, com 18.448.402 casos confirmados e 514.092 vítimas mortais.
Leia Também: AO MINUTO: 1ª e 2ª dose no mesmo local; Brasil? 400 mil mortes evitáveis