"O Banco Mundial vai disponibilizar em doações ou financiamento altamente concessional [com juros muito baixos] 4 mil milhões de dólares para a compra e distribuição de vacinas contra a covid-19 em 51 países em desenvolvimento, metade dos quais estão em África", anunciou a entidade norte-americana em comunicado.
A instituição lembra que, no total, já foram aprovados mais de 150 mil milhões de dólares, cerca de 126,6 mil milhões de euros, para combater os impactos económicos, sociais e de saúde da pandemia.
"Este financiamento é parte do compromisso do Banco para ajudar os países de baixo e médio rendimento a adquirirem e distribuírem vacinas, e fortalecerem os seus sistemas de saúde", acrescenta-se no texto.
O financiamento do Banco Mundial aumentou 50% desde 2020, "ajudando mais de 100 países a enfrentarem necessidades de saúde emergentes, a fortalecerem a preparação dos seus sistemas de saúde e a proteger os mais vulneráveis e os empregos, fomentando uma recuperação 'amiga' do ambiente".
Entre as quase três dezenas de países africanos que vão beneficiar dos 4 mil milhões de dólares anunciados estão os lusófonos Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
"Ainda há desafios significativos relativamente à hesitação e à distribuição de vacinas, mas estamos a tomar medidas em todas as frentes para enfrentar estes desafios, trabalhando em solidariedade com os parceiros regionais e internacionais para desembolsar doses ao maior número possível de pessoas e melhorar a vigilância, preparação e resposta à doença", comentou o diretor de operações do Banco Mundial, Axel von Trotsenburg.
O financiamento "é flexível" e pode ser usado pelos países para adquirirem doses das vacinas através da Covax ou do Grupo de Trabalho para a Aquisição de Vacinas em África (Avatt) ou através de outras fontes, e financia também a preparação logística para a vacinação das populações.
O continente africano já ultrapassou os 5,5 milhões de casos de contaminação por covid-19, anunciaram hoje as autoridades africanas sanitárias, apontando que há 88% de recuperações da doença, equivalente a 4,8 milhões de pessoas.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.949.567 mortos no mundo, resultantes de mais de 182,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.