Cabo Verde recebe 150 mil doses de vacinas doadas pelos Países Baixos

Os Países Baixos vão doar a Cabo Verde 150 mil doses de vacinas contra a covid-19, que são esperadas no arquipélago na segunda-feira, juntamente com uma equipa de profissionais de saúde, foi hoje anunciado.

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Lusa
02/07/2021 23:46 ‧ 02/07/2021 por Lusa

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Covid-19

 

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"Para além dessas vacinas, chegará também uma equipa de profissionais, enfermeiros, médicos, muito deles de ascendência cabo-verdiana, e que com essa alma e coração de cabo-verdianos, vêm juntar-se nós durante uma semana, ajudando, reforçando", anunciou hoje o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário.

Segundo o governante, a doação de vacinas dos Países Baixos -- não tendo sido divulgado o laboratório que as produziu -, país onde reside uma importante comunidade de emigrantes cabo-verdianos, vai servir para "reforçar o processo de vacinação" em Cabo Verde.

O arquipélago já recebeu em junho uma doação da China, de 50 mil doses de vacinas contra a covid-19 da Sinopharm, e outra do Governo da Hungria, de 100 mil doses da vacina da AstraZeneca.

Ainda em junho, Cabo Verde também recebeu 31.200 doses da vacina contra a covid-19 pelo mecanismo Covax, no âmbito de um donativo da França.

Em 14 de maio, Cabo Verde recebeu de Portugal uma doação de 24.000 doses de vacinas também da AstraZeneca.

Cabo Verde já tinha recebido 24.000 doses da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca em 12 de março e 5.850 da Pfizer dois dias depois, no âmbito do mecanismo Covax, iniciativa fundada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa garantir uma vacinação equitativa contra o novo coronavírus.

O primeiro-ministro de Cabo Verde assumiu em junho, no parlamento, que a vacinação da população contra a covid-19 é a primeira prioridade da nova legislatura, prevendo que 52% dos adultos estejam vacinados até agosto.

"Na situação de emergência e de contingência em que o país se encontra, a primeira prioridade é massificar a vacinação para atingirmos a meta de vacinar mais de 70% da população de Cabo Verde em 2021", afirmou Ulisses Correia e Silva, ao apresentar na Assembleia Nacional o Programa do Governo para a legislatura (2021/2026).

"Com um número significativo de vacinas chegadas recentemente, prevê-se que até agosto possamos ter vacinado um total de 200 mil pessoas, correspondente a 52% da população elegível. Mais vacinas chegarão ao país para podermos atingir a meta definida", afirmou Ulisses Correia e Silva.

A Lusa noticiou em 24 de junho que Cabo Verde quer vacinar mil pessoas diariamente contra a covid-19 nas ilhas do Sal e Boa Vista, para permitir a retoma turística, reforçando o processo com 30 profissionais de saúde.

Através de uma resolução do Conselho de Ministros, o Governo define que "é prioritário acelerar a vacinação da população elegível [acima de 18 anos] destas duas ilhas", para "permitir e garantir a retoma do turismo com uma maior segurança em termos sanitários".

O documento prevê que a população elegível para a vacinação na ilha do Sal ronde os 28.000 habitantes adultos e na Boa Vista cerca de 15.000.

"Tem-se por objetivo vacinar até finais de julho de 2021 toda a população elegível" das duas ilhas, lê-se na resolução, que prevê a necessidade de vacinar diariamente pelo menos 600 pessoas no Sal e 400 na Boa Vista.

"Para alcançar o objetivo traçado é necessário e imperioso reforçar estas ilhas com mais equipas de vacinação de forma que consigam dar a resposta desejada e célere", acrescenta a resolução.

Para o efeito, o processo de vacinação já foi reforçado com cinco equipas, num total de 20 profissionais, durante os meses de junho e julho, enquanto na Boa Vista são mais quatro equipas, com dez profissionais, entre enfermeiros e registadores, mobilizando um orçamento público de mais de 4,1 milhões de escudos (37 mil euros), que segundo a resolução governamental pode ser prolongado por mais um mês.

Este processo de vacinação em massa nas duas ilhas arrancou em 14 de junho, com o objetivo traçado de até agosto vacinar todos os adultos.

Cabo Verde recebeu em 2019 um recorde de 819.308 turistas, 45,5% nos hotéis da ilha do Sal e 29,4% na Boa Vista, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística cabo-verdiano, num setor que representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago, mas a procura caiu cerca de 70% em 2020, devido à pandemia de covid-19.

Aquelas duas ilhas concentram também a maioria das 284 unidades hoteleiras que funcionavam em Cabo Verde antes da pandemia, então com uma oferta oficial em todas as ilhas superior a 21 mil camas. No Sal, com 30 unidades hoteleiras, a oferta era de 9.571 camas, enquanto nas 24 unidades na Boa Vista a oferta ascendia a 6.395 camas.

De acordo com informação transmitida anteriormente pelo ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, estes grupos hoteleiros privados também se associaram ao processo de vacinação nas duas ilhas, no sentido de garantir a retoma da procura turística por Cabo Verde, que no primeiro trimestre deste ano registou pouco mais de 12.000 turistas.

Para já, o plano de vacinação em Cabo Verde contempla no resto do arquipélago os grupos prioritários, nomeadamente profissionais de saúde, idosos, doentes crónicos, polícias, militares, bombeiros, professores e trabalhadores ligados ao setor do turismo.

 

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