"É inquietante que o Irão tenha escolhido a escalada (...) com experiências voltadas para o interesse na pesquisa de armas nucleares", declarou o porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Ned Price.
Teerão tinha começado em fevereiro a produção de urânio metálico para fins de pesquisa, uma matéria sensível, porque pode ser utilizado no fabrico de armas nucleares, e agora pretende passar a um nível superior de enriquecimento, com uma taxa de 20%, confirmou hoje a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
"Trata-se de um novo passo atrás da parte do Irão, enquanto nós [Estados Unidos] mostrámos a nossa intenção sincera de regressar ao acordo sobre o nuclear iraniano, alcançado em Viena, em 2015, comentou Ned Price.
Num comunicado conjunto, os ministros dos Negócios Estrangeiros da França, Alemanha e Reino Unido também exprimiram "grande preocupação" sobre o relatório da AIEA.
Para os ministros europeus, ao escolher esta via, o Irão "coloca em risco a possibilidade de concluir as discussões com sucesso", em Viena.
Depois de um compromisso de não criar armas atómicas e reduzir drasticamente o seu programa nuclear, sob controlo da ONU, o Irão foi confrontado com a decisão de retirada do acordo pelo presidente norte-americano Donald Trump, em 2018, e renunciou também à maior parte das suas obrigações.
Em abril, ambas as partes voltaram à mesa das negociações, na capital austríaca, para que os Estados Unidos também retrocedessem no caminho traçado por Trump, mas a situação manteve-se num impasse.
"Continuamos a pensar que a via diplomática é a melhor e a mais eficaz para assegurar que o Irão não irá adquirir armas nucleares", comentou o porta-voz da diplomacia norte-americana.
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