EMA encontra ligação entre inflamação rara do coração e vacinas mRNA
Regulador europeu também desaconselhou a vacina da Johnson & Johnson para pessoas com historial de uma hemopatia rara.
© Dinendra Haria/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Mundo mRNA
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) encontrou uma possível ligação entre uma inflamação rara do coração e a toma da vacina da Pfizer e da Moderna, e aconselhou os pacientes com historial de uma hemopatia rara a evitar a vacina da Johnson & Johnson.
Segundo o regulador europeu, citado pela Reuters, condições como a miocardite e a pericardite devem ser listadas como possíveis efeitos secundários das vacinas da Pfizer e da Moderna, ambas com base na tecnologia mRNA (técnica de imunização mais inovadora, que recorre ao RNA mensageiro).
Estes casos ocorrem, sobretudo, nos primeiros 14 dias após a vacinação, com mais regularidade depois da segunda dose e em homens adultos mais jovens.
A miocardite e pericardite são doenças inflamatórias do coração, apresentando sintomas como a falta de ar, palpitações e dores no peito.
O Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) estudou 145 casos de miocardite e 138 casos de pericardite, após serem inoculados com a vacina da Pfizer, tendo analisado apenas 19 casos de cada inflamação, dos vacinados com a Moderna.
Até ao final de maio, cerca de 177 milhões de doses da vacina da Pfizer e 20 milhões doses da Moderna haviam sido administradas Espaço Económico Europeu (EEE).
O PRAC aconselhou atualizar as informações das vacinas, no sentido de incluir o efeito colaterais e aumentar a consciencialização entre as equipas de saúde e os utentes.
A EMA recomendou, ainda, que as pessoas com historial da síndrome de derrame capilar, doença de Clarkson (uma condição rara na qual ocorrem derramamentos dos vasos mais pequenos para os músculos) não devem tomar a vacina da Johnson & Johnson (Janssen).
De acordo com o PRAC, é aconselhável adicionar uma advertência para doença de Clarkson, em que o fluido vaza pequenos vasos sanguíneos provocando inchaço, pressão arterial baixa, espessamento do sangue e níveis baixos de albumina no sangue.
O PRAC acrescentou que as informações do produto usado na AstraZeneca incluem um aviso para consciencializar sobre os casos de síndrome de Guillain-Barré (SBG), que podem ter sido relatados após a vacinação.
A síndrome provoca inflamação nos nervos e pode resultar em dor, dormência, fraqueza muscular e dificuldade em andar.
O regulador frisou, ainda, que é demasiado cedo para determinar se é necessário tomar mais do que as duas doses que são atualmente recomendadas para a maior parte das vacinas aprovadas.
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