Desflorestamento da amazónia brasileira cresceu 17,1% no 1º semestre

O desflorestamento da Amazónia no Brasil no primeiro semestre do ano atingiu 3.609 quilómetros quadrados, uma subida de 17,1% face ao mesmo período do ano passado, informou hoje o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

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Lusa
09/07/2021 16:44 ‧ 09/07/2021 por Lusa

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Amazónia

 

Esse é o maior índice de devastação registado neste período na maior floresta tropical do planeta localizada em território brasileiro desde 2016, quando a série histórica começou a ser medida pelo INPE.

Só em junho, a amazónia brasileira perdeu 1.062 quilómetros quadrados de vegetação nativa, 19% mais que no mesmo mês do ano passado, e foi o quarto recorde mensal consecutivo de extracção madeireira no ecossistema.

Em maio, 1.391 quilómetros quadrados de floresta foram devastados no Brasil, 580,55 quilómetros quadrados em abril e 367,6 quilómetros quadrados em março.

Os dados foram captados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento na Amazónia Legal em Tempo Real (Deter) mantido pelo INPE que, a partir de imagens de satélite, oferece alertas antecipados sobre as áreas que estão sendo destruídas na floresta.

O Observatório do Clima, rede que reúne cinquenta ONG, entre as quais Greenpeace ou WWF, destacou que os números são preocupantes e que o desflorestamento na Amazónia pode mais uma vez bater um novo recorde neste ano.

"O resultado indica que, no Governo [do Presidente brasileiro, Jair] Bolsonaro, o desflorestamento anual ultrapassará a marca de 10.000 quilómetros quadrados de destruição florestal pela terceira vez, o que não ocorre desde 2008", refere a organização em nota divulgada hoje.

Durante a última Cimeira do Clima, Bolsonaro prometeu eliminar o desflorestamento ilegal no Brasil até 2030.

No entanto, desde que assumiu o poder, a 1 de janeiro de 2019, a devastação da floresta amazónica foi uma constante, tendo sido registadas as piores marcas história do Brasil e suas políticas ambientais têm duramente criticadas por organizações ambientais.

O Presidente brasileiro defende a exploração dos recursos naturais da Amazónia, inclusive em reservas indígenas, e diminuiu o controlo de atividades que agridem diretamente o meio ambiente, como a exploração mineira e o comércio de madeira, praticados principalmente de forma ilegal naquela região.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).

Leia Também: Brasil precisa conter destruição da Amazónia para ter ajuda internacional

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