"Consideramos inaceitável qualquer ingerência estrangeira nos assuntos internos de um Estado soberano e qualquer outra ação destrutiva que promova a desestabilização da situação na ilha", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, em comunicado.
"Estamos convencidos de que as autoridades cubanas estão a tomar todas as medidas necessárias para restaurar a ordem pública, no interesse dos cidadãos do país", acrescentou a diplomacia russa, dizendo que está a "acompanhar de perto a evolução da situação em Cuba e nos arredores".
Apanhadas de surpresa pelas manifestações espontâneas que eclodiram em várias cidades do país, em particular em Havana, as autoridades cubanas declararam-se dispostas a defender a revolução "a todo o custo".
Os Estados Unidos já expressaram a sua preocupação com a situação em Cuba, avisando que denunciarão qualquer uso de violência contra "manifestantes pacíficos".
As relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos - após uma breve reconciliação entre 2014 e 2016, no mandato do ex-Presidente Barack Obama --, estão no seu ponto mais baixo desde o tempo de Donald Trump, que reforçou o embargo em vigor desde 1962, denunciando violações de direitos humanos e o apoio de Havana ao Governo venezuelano de Nicolas Maduro.
A Rússia tem sido um dos principais apoiantes das autoridades comunistas em Cuba desde a era soviética.
As manifestações do passado fim de semana foram os maiores protestos anti-Governo de que há registo na ilha desde o chamado "maleconazo", quando em agosto de 1994, em pleno "período especial", centenas de pessoas saíram às ruas de Havana e não se retiraram até à chegada do então líder cubano Fidel Castro.
Desde o início da pandemia da covid-19, em março de 2020, os cubanos enfrentam maior escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos, o que gerou um forte mal-estar social.
Estas manifestações aconteceram no dia em que Cuba registou um novo recorde diário de contágios e mortos devido à covid-19, com 6.923 novos casos nas últimas 24 horas, num total de 238.491, e 47 mortos, subindo o total desde o início da pandemia para 1.537.
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