Obrador rejeita "intervencionismo" estrangeiro e oferece ajuda a Cuba

O Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, rejeitou hoje qualquer abordagem "intervencionista" na situação em Cuba, na sequência das inéditas manifestações antigovernamentais na ilha, e ofereceu o envio de ajuda humanitária.

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Lusa
12/07/2021 15:49 ‧ 12/07/2021 por Lusa

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México

O México pode "ajudar fornecendo medicamentos, vacinas, tudo que for necessário, assim como alimentos, porque a saúde e a alimentação são direitos humanos" que não precisam de "uma gestão política intervencionista", afirmou o chefe de Estado, durante uma conferência de imprensa diária.

Milhares de cubanos saíram às ruas no domingo, para protestar contra o governo e gritar por "liberdade!", numa jornada inédita que resultou em centenas de detenções e confrontos, enquanto o Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, pedia aos apoiantes que enfrentassem os manifestantes.

"Quero expressar a minha solidariedade para com o povo cubano, creio que deve ser procurada uma saída através do diálogo, sem uso de força, sem confrontos e violência. Devem ser os cubanos que decidem porque Cuba é um país livre, independente e soberano", vincou López Obrador.

Assim como na crise venezuelana, o Presidente mexicano, do Movimento Nacional de Regeneração (esquerda), defendeu os princípios de "não-intervenção, autodeterminação dos povos e solução pacífica das controvérsias" consagrados na Constituição mexicana.

Por outro lado, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, lamentou o "dia triste" em que milhares de cidadãos saíram às ruas de Cuba para pedir liberdade e receberam "balas de borracha, espancamentos e detenções".

"Foi muito triste o que aconteceu em Cuba. Uma pessoa nunca acredita que as coisas cheguem a este ponto", afirmou.

Bolsonaro fez um paralelismo entre a situação de Cuba e a da Venezuela, argumentando que no Brasil há quem apoie os regimes desses países e "líderes que foram várias vezes beber champanhe com [o antigo líder cubano] Fidel Castro e whisky na Venezuela com [o Presidente, Nicolás] Maduro".

Domingo viram-se os maiores protestos contra o governo de que há registo em Cuba desde o chamado "maleconazo", quando em agosto de 1994, em pleno "período especial", centenas de pessoas saíram às ruas de Havana e não se retiraram até à chegada do então líder cubano Fidel Castro.

Desde o início da pandemia da covid-19, em março de 2020, os cubanos enfrentam maior escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos, o que gerou um forte mal-estar social.

Estas manifestações aconteceram no dia em que Cuba registou um novo recorde diário de contágios e mortos devido à covid-19, com 6.923 novos casos nas últimas 24 horas, num total de 238.491, e 47 mortos, subindo o total desde o início da pandemia para 1.537.

Leia Também: Obrador promete "inquérito aprofundado" ao acidente de metro

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