Boris Johnson admite voltar a impor restrições se pandemia piorar 

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu voltar a impor restrições para controlar a pandemia de covid-19, apesar de antes ter dito que pretendia que o desconfinamento fosse "irreversível". 

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Lusa
12/07/2021 18:03 ‧ 12/07/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

"Vamos manter todos os dados sob revisão constante ao longo do resto deste ano, provavelmente também no próximo ano. E se observarmos circunstâncias muito excecionais, como a chegada de alguma nova variante que não tenhamos previsto e que cause problemas, obviamente, não devemos descartar nada", afirmou hoje durante uma conferência de imprensa. 

Johnson lembrou que "a pandemia não acabou" e que é preciso avançar cautelosamente. 

"Claro que espero que seja irreversível, mas para ser irreversível é preciso sermos cautelosos", referiu. 

O Governo britânico confirmou hoje que a maioria das medidas de confinamento serão levantadas em Inglaterra em 19 de julho, embora reconheça que o número de infeções vai continuar a aumentar e potencialmente chegar aos 100.000 novos casos por dia no verão.

O executivo concluiu que estão cumpridos os quatro testes definidos para desconfinamento, nomeadamente o sucesso da vacinação, indícios de que as vacinas estão a reduzir as hospitalizações e mortes, que as taxas de infeção não correm o risco de sobrecarregar os serviços de saúde e que nenhuma nova variante possa ser particularmente perigosa.

A partir de 19 de julho, o uso de máscaras deixa de ser obrigatório por lei e os limites aos ajuntamentos deixam de ter limites em espaços abertos (30 pessoas atualmente) e espaços fechados (seis pessoas). 

Isto significa que casamentos, funerais e outros eventos poderão realizar-se sem limites ou restrições, e teatros, salas de concertos e restaurantes poderão funcionar normalmente e com a capacidade total.

Discotecas e outros espaços de animação noturna poderão também voltar a funcionar pela primeira vez desde março de 2020.

O principal assessor científico do Governo, Patrick Vallance, admitiu na mesma conferência de imprensa que "não há dúvidas" de que o Reino Unido está numa terceira vaga da pandemia provocada pela variante Delta, e que por isso, as infeções e hospitalizações vão continuar a aumentar durante o verão. 

No entanto, referiu, graças à vacinação contra a covid-19 o risco de hospitalização é cerca de quatro vezes menor do que era antes e o risco de morte é 9-10 vezes menor. 

"Mas [o risco] ainda existe", acrescentou.

O diretor geral de Saúde de Inglaterra, Chris Whitty, disse que a "vaga vai acontecer, independentemente da data" do desconfinamento, mas também mostrou preocupação com o aumento dos internamentos hospitalares.

"Quando mais devagar avançarmos, menos pessoas vão ter covid e menos pessoas vão para o hospital ou morrer", argumentou. 

Nos últimos sete dias, entre 06 e 12 de julho, a média diária foi de 29 mortes e 32.599 casos, o que corresponde a uma subida de 56,2% no número de mortes e de 28,1% no número de infeções relativamente aos sete dias anteriores.

A média diária de pessoas hospitalizadas foi de 440 entre 30 de junho e 06 de julho, um aumento de 56,6% face aos sete dias anteriores.

Na quinta-feira, dada dos dados mais recentes, estavam hospitalizados 2.731 pacientes, dos quais 417 com auxílio de ventilador. 

Desde o início da pandemia, foram notificados 128.431 óbitos de covid-19 num total de 5.155.243 infeções confirmadas no Reino Unido.

Até domingo, 87,2% da população adulta já tinha recebido uma primeira dose de uma das vacinas disponíveis e 66,2% já tem a vacinação completa.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.035.567 mortos em todo o mundo, entre mais de 186,7 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.164 pessoas e foram registados 909.756 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.

Leia Também: Boris Johnson pede "cautela" perante levantamento de restrições 

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