"Estamos a acompanhar o que acontece e (...) assegurarmo-nos de que os direitos básicos das pessoas, especialmente a liberdade de expressão e a liberdade de reunião pacífica, serão respeitados", disse o porta-voz da ONU Farhan Haq, quando interrogado sobre a situação em Cuba, durante uma conferência de imprensa.
Haq destacou que, perante as manifestações de domingo em Cuba, as Nações Unidas mantêm a sua "posição de princípio" sobre a importância de respeitar essas liberdades fundamentais.
Questionado sobre as alegadas agressões sofridas por jornalistas, incluindo um repórter fotográfico de uma agência noticiosa internacional, o porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, sublinhou que "em qualquer parte do mundo a imprensa deve ter liberdade para fazer o seu trabalho sem perseguições e sem violência ou ameaças de violência".
Milhares de cubanos saíram às ruas no domingo para protestar contra o Governo, com gritos de liberdade, perante confrontos com as autoridades que detiveram dezenas de pessoas, enquanto o Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel convocava os seus apoiantes para defender a revolução.
Estes foram os maiores protestos anti-Governo de que há registo na ilha desde o chamado "maleconazo", quando em agosto de 1994, em pleno "período especial", centenas de pessoas saíram às ruas de Havana e não se retiraram até à chegada do então líder cubano Fidel Castro.
Os Estados Unidos já manifestaram a sua "preocupação" perante a reação das autoridades cubanas face aos manifestantes e a Rússia disse que não aceitará "ingerências" de países terceiros contra Cuba.
Numa comunicação televisiva, hoje, Díaz-Canel acusou os Estados Unidos de estarem por detrás dos protestos, com o objetivo de "mudar o regime".
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