A acusação foi feita por Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional (eleita em dezembro de 2020 e controlada pelo chavismo), durante uma conferência em que acusou também o Presidente da Colômbia, Iván Duque, de tentar desestabilizar a Venezuela, usando os grupos criminosos que na semana passada realizaram violentos confrontos com as forças de segurança em Caracas.
"O armamento que foi apreendido aos terroristas, aos criminosos, eram armas de guerra, fornecidas pela Casa de Nariño (sede do Governo da Colômbia), pelo governo colombiano que se aliou a estes bandidos para começar a matar pessoas nos túneis de La Planície, na autoestrada Cacique Guaicaipuro, e para gerar violência extrema com armas de guerra", disse.
Jorge Rodríguez falava em Caracas, durante uma conferência de imprensa em que disse que as autoridades locais desativaram planos para atentar contra o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em 5 de julho último, durante os atos comemorativos da Batalha de Carabobo.
O político explicou que já em 22 de junho, os serviços de informação venezuelanos desativaram quatro drones que seriam usados para assassinar Nicolás Maduro.
Explicou que a tentativa fracassou, e em 7 de julho começaram os violentos confrontos entre grupos criminosos e as forças de segurança em Caracas.
Rodríguez acusou quatro conhecidos dirigentes do partido opositor Vontade Popular (centro-esquerda), Gilber Caro, Luís Somaza, Hasler Iglesias e Emilio Graterón, de estarem envolvidos nos planos de conspiração para assassinar Nicolás Maduro e pediu ao Ministério Público que ordene sejam detidos.
Como prova, o parlamentar exibiu alegadas conversações dos envolvidos, através de contas de WhatsApp, sublinhando que "podem apagar as mensagens mil vezes, mas com um programa é possível recuperar toda a informação".
Nas conversações, disse, participava também Leopoldo López (dirigente de Vontade Popular, asilado na Espanha).
"Acreditavam que como os noruegas (mediadores do diálogo) e a missão técnica exploratória da União Europeia, estão no país, teriam impunidade", disse.
O pedido de detenção dos opositores tem lugar um dia depois de as autoridades venezuelanas tentarem encontrar o líder político opositor Juan Guaidó, detendo, entretanto, o ex-vice-presidente do parlamento (eleito em 2015), o oposicionista Freddy Guevara.
Segundo o Ministério Público da Venezuela (MP) Freddy Guevara foi detido "devido às suas ligações a grupos extremistas e paramilitares associados ao Governo colombiano", e "será acusado dos crimes de terrorismo, de atentado contra a ordem constitucional, de associação para cometer um crime e de traição à pátria".
Freddy Guevara, de 35 anos, foi acusado pelas autoridades locais de instigar à realização de protestos antigovernamentais em 2017. Em setembro de 2020 obteve liberdade plena quando o Presidente Nicolás Maduro concedeu um indulto a uma centena de presos políticos, no âmbito de negociações com a oposição.
Militante do partido opositor Vontade Popular (centro-esquerda) esteve refugiado na embaixada do Chile em Caracas durante três anos.
Domingo, durante um discurso transmitido pela televisão estatal venezuelana, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro anunciou que nas próximas horas seriam conhecidos "elementos, provas, da articulação da ultradireita golpista" com situações de violência ocorridos em Caracas.
Segundo Nicolás Maduro, a oposição tinha um plano para provocar "uma insurreição popular armada desde os bairros de Caracas" e gerar "uma guerra civil entre venezuelanos".
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