"Espero que os acontecimentos que estão hoje a afligir a África do Sul terminem o mais depressa possível", afirmou Augusto Santos Silva à Lusa, confiando que a normalidade regresse.
Nas ruas do país, milhares de sul-africanos têm saqueado lojas, atacado equipamentos públicos e vandalizado as ruas, protestando contra a crise económica e exigindo a libertação do ex-Presidente Jacob Zuma, preso na semana passada por desrespeito a uma ordem do Tribunal Constitucional, a mais alta instância judicial do país.
"Tomei muito boa nota dos apelos à calma e ao respeito pelas decisões dos tribunais sul-africanos que o Presidente [Ramaphosa] fez e tem insistentemente feito", disse o chefe da diplomacia portuguesa.
A África do Sul conta com cerca de 450 mil portugueses e lusodescendentes e Santos Silva admitiu que os serviços consulares estão focados no apoio à comunidade.
"Como todos compreenderão, a minha prioridade, a minha preocupação, é com a situação dos portugueses"
"Infelizmente já temos a lamentar prejuízos em bens, [...] mas felizmente no momento em que falo não há nenhuma notícia de que a segurança física dos portugueses tivesse estado em perigo", acrescentou o governante.
O ministro reafirmou os apelos feitos pela secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, pedindo "a máxima cautela e a máxima prudência" por parte dos compatriotas num momento de crise social no país.
"A nossa embaixada e todos os nossos consulados na África do Sul estão mobilizados para seguir atentamente a situação e a situação dos nossos compatriotas e prestar lhes todo o apoio que seja necessário e seja possível", afirmou Santos Silva.
Pelo menos 72 pessoas morreram e cerca de 2.400 foram detidas em distúrbios violentos, saques e ações de intimidação, que continuam pelo sexto dia consecutivo na África do Sul, depois da prisão do antigo chefe de Estado e ex-líder do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), Jacob Zuma, na passada quarta-feira à noite, divulgou a Polícia sul-africana.
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