Covid-19: Cuba regista recorde de mortos num dia, com 51

Cuba registou hoje 6.080 novos casos de covid-19 e 51 mortos, o maior número de óbitos causados pela doença até agora reportado, segundo o Ministério de Saúde Pública (Minsap).

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© REUTERS/Stringer

Lusa
14/07/2021 16:57 ‧ 14/07/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

O recorde anterior de mortes ocorreu no domingo, com 47, de acordo com as estatísticas fornecidas pelas autoridades sanitárias nos relatórios diários sobre a situação epidemiológica.

A ilha caribenha teve um total de 1.659 mortos e 256.607 casos desde o início da pandemia, em março de 2020.

Para diagnosticar os casos de hoje, 78 dos quais foram importados, foram analisadas 43.246 amostras.

Nos hospitais e centros de isolamento, estão internadas 64.561 pessoas: 38.913 casos ativos -- dos quais, 127 críticos e 131 graves -, 17.625 com sintomas suspeitos e as restantes em vigilância epidemiológica.

A má gestão da pandemia no país, aliada a uma grave crise económica - que agravou a escassez de alimentos e medicamentos e levou o Governo a cortar a eletricidade durante várias horas por dia - impulsionou no domingo manifestações espontâneas de milhares de cubanos, que saíram à rua em Havana e em várias outras cidades para protestar contra o Governo do Presidente Miguel Diaz-Canel, desembocando em confrontos com as forças de segurança que se saldaram num morto, dezenas de feridos e pelo menos 130 detidos ou desaparecidos.

"Temos fome", "Liberdade" e "Abaixo a Ditadura" foram algumas das palavras de ordem repetidas nesta mobilização sem precedentes em Cuba, país onde as únicas concentrações autorizadas são geralmente as do Partido Comunista Cubano (PCC, partido único) e onde as últimas manifestações deste tipo aconteceram há quase 30 anos, em 1994, em Havana.

Nas zonas de maior risco pandémico, incluindo a capital, está a realizar-se um estudo de intervenção sanitária com as duas fórmulas para vacinação contra o coronavírus mais avançadas das cinco que Cuba está a desenvolver: Soberana 02 e Abdala.

Esta última, que mostrou uma eficácia de 92,2% nos ensaios clínicos, recebeu já a autorização para uso de emergência e é a primeira vacina latino-americana contra o coronavírus SARS-CoV-2.

A Soberana 02, por sua vez, aguarda essa autorização, depois de mostrar uma eficácia de 91,2% com duas doses e uma extra de Soberana Plus, outra das fórmulas desenvolvidas pelos cientistas da ilha.

Dos 11,2 milhões de cubanos, mais de um milhão recebeu pelo menos uma dose destas fórmulas, como parte dos ensaios clínicos e estudos de intervenção realizados em paralelo.

Cuba não integra o mecanismo Covax, da Organização Mundial de Saúde (OMS), criado para que os países de rendimentos médios e baixos tenham acesso às vacinas, e também não as comprou no mercado internacional.

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